Pen friends: o sistema de correspondência internacional que precedeu os e-mails
Antes do e-mail, havia outra forma muito mais prosaica de se comunicar com pessoas de outros países: trocar cartas com os pen friends
Se você tem menos de 30 anos, talvez nunca tenha ouvido falar, mas houve um tempo, antes da internet, em que as pessoas se comunicavam com amigos estrangeiros de um modo exótico: trocando cartas com pen friends (os “amigos de caneta”). Normalmente as pessoas conheciam esses clubes de correspondência nas escolas de inglês, onde os professores estimulavam os alunos a treinar a escrita no idioma. O aluno se inscrevia, recebia os endereços e se correspondia. Os mais empolgados acabavam se conhecendo pessoalmente.
Mais de 1,5 milhão de pessoas do mundo inteiro já fizeram parte do International Pen Friends (IPF) desde que foi fundado, em 1967, por um irlandês chamado Neil O’Donnell. Atualmente, são 300 mil membros – 1.200 deles do Brasil. Neil morreu há sete anos e hoje quem ocupa a presidência é a australiana Julie Delbridge, que conversou com a Trip:
Por que escrever cartas hoje?
Cartas são como “slow food”: Alimentam a alma muito mais do que outras formas rápidas de comunicação, o “fast-food”. Cartas têm mais substância e o charme de virem de outros países, com selos postais e escritas diferentes. E-mails têm sempre a mesma cara.
Quantos pen friends você tem?
Seis. Ainda me correspondo com a minha primeira pen friend, Carrie, que encontrei quando tinha 10 anos e viajava com meus pais pelos EUA. Hoje tenho 51!
Encontrou outros?
Hanni, da Suíça, eu vi oito vezes. Nos conhecemos desde os 19 anos. Ela viajou para a Austrália com o namorado, Herbert. Eles se casaram e nos visitaram com os filhos. Eu e o meu marido fomos com eles aos Alpes suíços, à fábrica de chocolates Lindt e aos lagos. Isso não teria ocorrido se não fosse pelos pen friends.