por Cerveja Sol

Um rally sobre as águas

apresentado por Cerveja Sol

Bons ventos levaram quase cem atletas ao litoral cearense para disputar o Sol Sertões Kitesurf. O desafio: percorrer até 400 km em quatro dias, sob o sol intenso

Dizem que no Ceará há quatro estações no ano: verão, calor, quentura e mormaço. Essa temperatura alta, águas mornas e, principalmente, ventos abundantes e constantes (entre julho e janeiro) fazem do estado uma meca do kitesurf. Não à toa, a região possui uma tradição de kite trips, em que os adeptos da pipa velejam pela costa, próximos da praia, com o vento a favor, partindo de um destino para chegar horas depois a outro. É esse o formato do Sol Sertões Kitesurf, o maior rally de kite do mundo.

Durante quatro dias consecutivos, entre 23 e 26 de outubro, 95 atletas de diferentes nacionalidades coloriram com suas pipas um pedaço paradisíaco do litoral cearense para disputar a quarta edição da competição.

Nesses dias sob o sol e sobre as águas, percorreram no mar uma distância entre 250 km e 400 km (de acordo com a categoria da competição), que separa as cidades de Fortim (Praia Canoé), Aquiraz (Praia Porto das Dunas), Trairi (Praia do Guajiru), Itarema (Paria Ilha do Guajiru) e Cruz (Praia do Preá, referência para o kite).

Nesse período, cerca de 300 pessoas envolvidas no rally movimentaram esse pedaço do litoral cearense. Durante a competição, mais de 3 mil moradores da região puderam fazer consultas, exames, procedimentos e pequenas cirurgias por meio de uma parceria dos Sertões com a SAS Brasil, instituição que atende cidades com escassez de médicos especialistas.

"O Sertões Kitesurf é uma competição única por diversos motivos. Neste ano, ela ocorreu inteiramente no Ceará e atravessou cenários naturais que te tiram o fôlego, seja pelas praias, seja por vilarejos típicos", diz Igor de Castro, gerente de Premium Brands do Grupo Heineken, da qual faz parte a Cerveja Sol, patrocinadora do rally. "É mais do que um evento esportivo, é uma jornada que de fato desafia os atletas e proporciona uma experiência bastante imersiva tanto na água quanto fora dela".

Entre os competidores estavam Bruno Lobo, que representou o Brasil na estreia do kitesurf como modalidade olímpica nos Jogos de Paris, e Fernando Fernandes, apresentador de TV, tetracampeão mundial de paracanoagem, além de um entusiasta do kite. 

Fernando não precisou se deslocar muito para participar do rally. Há quatro anos, o paulista se mudou para a Praia de Taíba, próxima à Fortaleza (CE). "Desde então, comecei a colocar como prioridade viver essa vida de sol, de praia, com qualidade e desconectado de tanta intensidade do mundo", conta à Trip. Ali, pratica o kitesurf, entre outros esportes. "No dia em que coloquei essa pipa no corpo, senti uma coisa que nunca havia experimentado, principalmente depois da minha lesão, que foi uma sensação de liberdade. Virei um super-homem, flutuando na água." Para Fernando, o kitesurf é também uma forma de inclusão social na região: "Os filhos de pescadores estão se tornando grandes kitesurfistas, grandes instrutores e empreendedores do kite." 

Outro competidor do rally, Yaron Moura viu no kitesurf um modo de vida. Nascido em Jericoacoara (CE), ajudava a mãe em sua barraca de praia quando conheceu a modalidade. E foi amor à primeira vista. Yaron começou trabalhando nas escolas de kite locais em troca de experiência com o equipamento e levou cinco anos até ter o seu. Hoje, possui o próprio negócio ensinando a modalidade. 

Carol Oliveira também comanda sua escola de kite em Icaraizinho (CE). Pouco antes da pandemia, a paranaense decidiu pausar a carreira como engenheira ambiental em São Paulo e partir em um período sabático. Em suas andanças, fez um curso de instrutora de kitesurf no México. De volta ao Brasil, passou a ensinar no Ceará como deslizar sobre a água com a pipa. "Sempre fiz muito esporte, mas nunca havia ensinado. Compartilhar essa paixão, ver a pessoa subir na prancha pela primeira vez é muito legal", conta. 

Outra competidora do rally, Lua Oliveira aprendeu a ficar em pé na prancha de kitesurf na Praia de Cumbuco (CE), onde conheceu seu marido e a modalidade. E há sete anos trocou Manaus e os rios amazonenses pelo mar cearense, que a desafia constantemente. A atleta teve que aprender a nadar no oceano e a não se assustar com a imensidão do horizonte na água. "Foi me desafiando, entrando mar adentro, passando pelos perrengues que o kite proporciona, que consegui", conta. "Sempre fui muito voltada ao esporte. Para mim, é sempre um desafio porque sou monocular [ela enxerga apenas com um dos olhos]. Quando era menor, as pessoas botavam muito empecilho e me diziam: 'Você não vai fazer isso, pode se machucar'. Levei isso como um encorajamento para a vida. Sempre gostei de me impor desafios".

Muitos quilômetros de mar

Se na Olimpíada de Paris, onde conquistou o sétimo lugar, Bruno disputou uma prova de curta distância, no Sol Sertões Kitesurf encarou até 100 km diários. "A regata do kite são 12 minutos, é mais o sprint. No rally, você acumula o cansaço sob o sol intenso, vai desidratando… São outras dificuldades e vários quilômetros contínuos. É uma prova diferente, que exige mais resistência", conta o maranhense, especialista em Fórmula Kite. Em sua estreia no rally, faturou a segunda colocação na categoria pro masculino. Médico e cirurgião, com especialidade em ortopedia, ele atende e treina sob os ventos de São Luís. "É legal se desafiar, treinei para estar aqui no rally. É uma competição que não existe em nenhum outro lugar."

Já Carol está acostumada a percorrer longas distâncias em kite trips pelo Nordeste, que podem ir do Ceará, onde mora, ao Maranhão, atravessando o Piauí, durante cerca de duas semanas. No Sol Sertões Kitesurf, ela fez o dobro da distância diária que está acostumada em suas viagens pelo litoral nordestino. "Essa competição está sendo a mais longa que já fiz. Você precisa mesmo ter preparo físico", diz Carol, que foi campeã na categoria pro business feminino do rally.

Yaron concorda com ela: "É uma competição que você não pode participar se não tiver preparo físico". O atleta chama atenção para as condições do vento, que podem mudar, exigindo mais do corpo, a necessidade de estratégia e de controle emocional para concluir o rally, onde ele foi campeão da categoria pro masculino, depois de um vice-campeonato em 2023. Yaron estreou na prova há três anos com equipamento emprestado e na sequência ganhou um kite novo como incentivo. "Falei com o Bruno Lobo que era um privilégio competir com um atleta olímpico. Estou muito feliz com a vitória".

Mas nem tudo é suor. Fernando lembra sobre os prazeres do kitesurf: “Você está com uma prancha, com uma pipa e de repente está flutuando; atravessa cidades velejando, com a intensidade que o mar e o vento te proporcionam." É um esporte que, na maioria das vezes, conta com o vento a favor.

Créditos

Imagem principal: Divulgação / Cerveja SOL

Alexandre Loureiro (@alexandreloureiroimagens) Gabriel Heusi (@gabriel_heusi) Marcelo Machado de Melo (@marcelommm) Thiago Diz (@thiagodiz) United Films / Divulgação Cerveja Sol

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