Por Redação
em 11 de outubro de 2006
Aos 19 anos Shaun White virou celebridade nos EUA. Medalha de ouro no snowboard halfpipe nas Olimpíadas de Inverno de Turim, sua caricata figura e sua postura despretensiosa conquistaram a mídia. TV, jornais, sites reverenciaram o quase adolescente, e seu rosto sardento emoldurado com longos cabelos ruivos estampou as capas da "Rolling Stone", da "Sports Illustrated", da revista da ESPN, sem falar das especializadas em skate e snowboard.
Será ele o melhor atleta "dois-esportes" do mundo? É a pergunta que uma delas instiga os leitores a responderem. Recentemente fizemos uma matéria na "Trip" levantando questão parecida sobre a habilidade multiesportiva do Luis "Formiga" de Moraes, pioneiro no skate vertical, recordista brasileiro de vôo livre, pára-quedista, skysurfer, wakeboarder e snowboader competente e, mais recentemente, surfista de tow-in com feitos consideráveis em ondas grandes.
Quem se habitua às altas doses de adrenalina é quase natural buscar emoções alternativas quando chega próximo ao limite nas já experimentadas, caso do Formiga. Mas White é mesmo um caso à parte. O jovem, que acaba de completar 20 anos e parece ter saído da TV para o mundo real durante a exibição de "Rocket Power" – o cartoon de uma turminha fanática por esportes de ação -, é, além de campeão olímpico, recordista em medalhas nos X Games de inverno e está entre os melhores do mundo no skate vertical, um mundo com duas ou três dúzias de atletas tops.
Com 6 anos ele começou a andar de snowboard, e as restrições para essa idade na estação freqüentada pela família obrigaram certas mudanças de comportamento. Os pais adotaram as pranchas, e a mãe, lenta nas descidas, pedia para Shaun acompanhá-la. Ele o fazia, mas de base trocada, o que contribuiu para ampliar suas habilidades desde cedo.
Com 13 anos, o garoto de San Diego que fez duas operações cardíacas antes de completar cinco se tornou profissional no surfe na neve, e por muito pouco não obteve o índice para representar os EUA nos Jogos de Salt Lake City.
Em 2005 ele passou nove meses na neve treinando para as Olimpíadas, e quando voltou da esticada temporada na Nova Zelândia treinou três dias para em seguida vencer o circuito Dew Tour de skate vertical e ficar com a medalha de prata dos X Games de verão. Desempenho que incomodou alguns skatistas que dedicam tempo integral à modalidade.
Seu foco parece estar mais no snowboard, mas sua meta no skate é ambiciosa: ser o primeiro a completar o 1080, meia volta mais que o brasileiro Sandro Dias conseguiu. São objetivos que no atual estágio dos esportes de ação justificam o interesse de marcas como Sony Play Station, HP, Burton, Volcom, Oakley, entre outras, em bancá-lo, uma receita estimada em US$ 5 milhões para este ano.
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NOTAS
MUNDIAL DE SURFE – WCT MASCULINO
As ondas continuam pequenas no Billabong Pro em Mundaka, Espanha, e a prova foi interrompida ontem. Seis atletas têm chances de conquistar o Tour. Kelly Slater é o favorito e pode definir ainda na Espanha (faltam as etapas do Brasil e Havaí) a conquista do seu oitavo título. Ele estará amanhã, às 13h00, num bate-papo no www.espn.com.br.
MUNDIAL DE SURFE WCT FEMININO
A organizadora da prova e atual líder do ranking, Layne Beachley, ficou em segundo no Havaianas Beachley Classic, disputado na Austrália e vencido pela convidada Stephanie Gilmore. A brasileira Silvana Lima está em sexto e faltam duas etapas, no Havaí.
SURFE E CULTURA
Pela primeira vez no Rio, a III Mostra Internacional de Arte e Cultura Surfe começou no dia 9 e vai até o dia 23. E na próxima semana, em Porto Alegre, RS, Teco Padaratz, Eraldo Gueiros, Ricardo Bocão, entre outros, promoverão palestras e debates sobre a indústria do surfe.
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