Swell permanente

por Redação

Um rede de parques de surf para atletas americanos

Essa história começa quando um surfista, um corretor de imóveis, um ex-dono de restaurante e um biologista marinho se encontram no outside. Estamos em 2001, na Califórnia. O mar, flat há alguns dias, deixa os esportistas entediados e eles então falam sobre a onda perfeita e como seria bom não ficar a mercê de Netuno esperando pelo dia em que o swell finalmente entraria. Para provar que as melhores idéias nascem de papos aparentemente desinteressados e juvenis, foi ali que veio à tona o plano de se construir um parque de ondas, um lugar que abrigasse a onda perfeita todos os dias do ano.

Jamie Meiselman, o surfista, parte para um mestrado em business, na Universidade de Columbia. Lá, ele coloca seu master plan no papel, criando o modelo de negócios ideal para um surf park. No papel funciona, e antes mesmo de terminar o mestrado Meiselman já encontra financiamento para a empreitada.

E assim eles lançam ao mundo a idéia original e revolucionária: uma rede de parques de surfe será construída nos Estados Unidos: Orlando primeiro, Nova York na seqüência, outras mais tarde. A intenção não é recreação nem entretenimento familiar. Isso, eles sabem, meia dúzia de outros estabelecimentos que reproduzem ondas já fazem pelo mundo. O Surfpark (esse é o nome oficial) será construído para que surfistas de verdade possam treinar e aspirantes, aprender. Não pretendem sequer colocar areia em praias artificiais: apenas reproduzir indoor as melhores ondas do mundo. Tanto assim que antes mesmo do parque ser aberto (Orlando deve ser inaugurado em 2006 e Nova York logo depois) os profissionais Damien Hobgood e Shea e Cory Lopez já foram contratados para treinar ali.

Armados de tecnologia de vanguarda, que permite que mais de 40 tipos das ondas (pesquisadas pelo globo, de Teahupoo a Pipe) sejam reproduzidas por computador, os idealizadores esperam conquistar a preferência de surfistas de ponta que poderão, indoor, treinar uma mesma manobra à exaustão, sem que seja preciso esperar que o swell, o vento, a maré e a temperatura entre outros fatores contribuam.

O parque terá três tipos de piscinas. Uma para treinamento, capaz de gerar ondas de até 4 pés. Outra, a flowride, para quem quer apenas aquecer pernas e braços; e uma terceira, a Big Surf, para marolas bem maiores, que podem ser de até 8 pés. Pelos cálculos de Meilselman, quando a piscina de treinamento estiver com capacidade máxima (36 surfistas) cada um terá que esperar 6 minutos pela próxima onda e, em uma sessão de duas horas (que vai custar US$ 35 nessa piscina, US$50 na Big Surf e US$25 na flowride), cada esportista terá conseguido dropar entre 15 e 20 ondas. A maior das piscinas terá o tamanho de duas olímpicas e será capaz de ?segurar? uma onda que quebra por 100 metros.

Os idealizadores do surfpark acreditam que estão prestes a revolucionar o mundo do surfe. É possível, mas é de se duvidar que, dentro de quatro paredes, consigamos melhorar aquilo que a natureza vem refinando há milhões de anos. De qualquer jeito pode ser uma excelente opção para lugares como Orlando e para os dias de flat. Vale o ingresso.

NOTAS

SEJA SÓCIO

O Surfpark já aceita sócios. A anuidade dá direito a lugar garantido no "outside" todos os dias do ano. Para ser merecedor dessa benção basta desembolsar entre US$ 625 (Silver membership, ou lugar garantido apenas fora de temporada) e US$ 2 mil (Platinum membership, ou lugar garantido o ano inteiro).

MUNDIAL DE SURFE - WCT

Fora do Tour em 2004 devido a uma contusão, o australiano Mick Fanning, 3º do ranking em 2003, volta com tudo na abertura da temporada dia 1º de março na Austrália. Quem já está por lá treinando é o brasileiro Peterson Rosa, que abriu mão de disputar o WQS de Noronha.

MUNDIAL DE SURFE - WQS

Segunda-feira começa o cinco estrelas em Fernando de Noronha (PE) e na terça o quatro estrelas em Pipeline, Havaí. A noticiada participação de Kelly Slater na etapa brasileira não está confirmada

fechar