A ressaca financeira mexeu no swell dos surfistas brasileiros
Quando o governo brasileiro classificou o impacto da crise econômica como uma marola, não pensou no mundo do surf. Nele, marola nunca é coisa boa. A verdade é que a ressaca financeira mexeu no swell dos surfistas brasileiros. Na prática, atletas e campeonatos tomaram um caldo. “A maioria dos surfistas ficou sem patrocínio. A gente sente nos próprios campeonatos, com muitos adiamentos”, diz Marcelo Andrade, presidente da Abrasp (Associação Brasileira de Surf Profissional). Ele sabe bem o que está dizendo.
O SuperSurf, principal campeonato nacional, que começaria em março, foi adiado para este mês por causa da dificuldade de fechar patrocínios. O mesmo aconteceu com os atletas. “O problema nem é o rompimento com o antigo patrocinador. O que atrapalha é a falta de novas opções. A gente sente que todos estão segurando o investimento por medo da crise, mas quem sofre somos nós”, arrisca o surfista Pedro Henrique, que, mesmo sendo o atual campeão do Brasil Tour, perdeu o patrocinador. Casos assim não faltam. “Ano passado foi disparado o meu melhor ano e agora fiquei sem patrocínio. Isso que é o mais louco”, procura entender Simão Romão. “Estava me classificando para o WCT, em 15º no ranking, quando me ligaram cortando o apoio.”