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Lucky Strike Lab, evento da Souza Cruz, só permite presença de fumantes

Por Redação

em 21 de setembro de 2005

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?Lucky Strike Lab é um projeto multicultural, que visa fomentar o surgimento de novos talentos na área de música, fotografia, vídeo e artes plásticas sob a ótica da cultura urbana.? Essa frase está escrita no site do Lucky Strike Lab (http://www.luckystrikelab.com.br) que também afirma que o objetivo do evento, patrocinado pela Souza Cruz ? que aconteceu em abril desse ano no Rio de Janeiro e em setembro em Curitiba ?, ?é investir nos novos e promissores talentos nacionais?.


A história começa a ruir quando se tenta fazer o cadastro via site ou 0800. Algumas atendentes da empresa disseram que, para comparecer ao evento, seria preciso apenas ser cadastrado. Mas o link ?cadastro? do site do evento leva à mensagem: ?Exclusivo para fumantes maiores de 18?.


O publicitário Ricardo Ghidini Neto, 23, que pretendia ir à exposição, diz que visitantes não-fumantes realmente não puderam comparecer. ?Liguei no telefone disponível e a atendente perguntou se eu era fumante. Disse que tinha parado de fumar. Ela respondeu que, por causa disso, não poderia ir.? Para o presidente da ADESF (Associação de Defesa da Saúde dos Fumantes), Mário Albanese, 70, houve atitude discriminatória. ?A discriminação se caracteriza pelo simples fato de eliminar pessoas que não fumam.? Na Lei nº 10.167/00, que restringe a propaganda de cigarros, não existe nenhum dispositivo que proíba a presença de não-fumantes em eventos patrocinados por fabricantes.


LS, uma das pessoas que teve seu trabalho selecionado (portanto não quis se identificar), levantou outra questão. ?O Lucky Strike Lab foi mal planejado. A organização disse que falaríamos com a imprensa, mas ninguém veio nos entrevistar?, desabafa. ?A única coisa que vimos foi uma megafesta para mais de 2 000 pessoas. Era uma balada, não um evento cultural. O objetivo era promover a marca, não a cultura.?


Para completar o quadro, LS afirma que na balada também havia posto de vendas de cigarros. A fabricante não quis se manifestar sobre o assunto, deixando a responsabilidade a cargo da organizadora Mercatto Eventos. De acordo com a Mercatto, houve falha das atendentes ao informar que só os cadastrados fumantes poderiam comparecer. A organizadora afirma desconhecer as críticas mencionadas quanto ao evento. Fica a pergunta no ar: o interesse da Souza Cruz está em promover a cultura ou seus produtos? (Karina Miotto)

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