Moby:enfrentando a síndrome do pânico sem tomar remédio
Baixinho e esquisito, o carequinha Moby, que se apresenta neste mês no país, não é lá de muitos amigos. Vive recluso por conta da síndrome do pânico e adora esbravejar contra George W. Bush.
Quando pensamos em um pop star badalado, não esperamos encontrar um carequinha esquisito, baixinho, de fala monótona e estado depressivo indisfarçável. Mas assim é o produtor e músico americano Moby, que se apresenta no Brasil neste mês. A vontade que dá depois de uma conversa de meia hora é chamá-lo para uma festa e ver se ele se anima [o que não vai rolar, porque ele não gosta de sair]. Ou de indicar um psiquiatra [o que também não vai funcionar, porque ele não acredita neles].
Moby não suporta fumaça de cigarro. Nem que seja há metros de distância. Ele também não esconde o que pensa e sente. Ao contrário, escreve um diário [como tal, todos os dias] em seu site [www.moby.com]. Ali, contou que tinha síndrome do pânico. "Sim, eu sofro de síndrome do pânico há anos", confirma durante entrevista à Trip. "É uma doença terrível." Mas o músico não toma antidepressivo para se tratar. "Prefiro controlar a doença com a alimentação", diz. Isso significa ser vegetariano radical, não usar drogas [coisas que já fez e parou] e não beber. Funciona? "Não muito", responde resignado.
Por isso, Moby não sai muito de casa. Costuma passar seus dias no apartamento onde mora, no SoHo, em Nova York. Produz e escreve. "Tenho um dever social de falar quais são as minhas idéias", afirma. E política é uma das coisas mais sérias na vida dele. O músico passa horas conversando por telefone com Michael Moore sobre a situação política americana. "Bush mentiu para o Congresso, para o povo americano e para todo o mundo. Mente quando fala sobre direitos humanos, programas sociais, educação e meio ambiente", diz.
Ativismo político definitivamente atrai o músico. "Um artista, como é o meu caso, não pode ficar indiferente a um impostor como George W. Bush." Em seus últimos posts, antes do fechamento desta edição, Moby fazia campanha para que o presidente americano recebesse Cindy Shehan para uma audiência. Trata-de da mãe de um soldado que morreu na guerra do Iraque. Se você for aos shows do Moby, prepare-se para dançar. Mas, se cruzar com ele na rua, converse sobre política. E não fume, claro.
Vai lá: Moby no Brasil
- São Paulo: 16/9 [Hotel Unique, tel. 11 3055-4700] e 20/9 [Espaço das Américas, tel. 11 3666-5470]
- Rio de Janeiro: 17/9 [Riocentro, tel. 21 2442-1300]
- Belo Horizonte: 21/9 [Chevrolet Hall, tel. 31 3228-7500]