Porque me tranquilizo em votar em Dilma

por Luiz Alberto Mendes

Liderança

 

De a muito preocupo-me em saber o que faz de um homem, que usam o banheiro como nós outros, um grande líder. Pesquisei entre os maiores. Hitler, por exemplo. É totalmente mentirosa a versão que se conta sobre sua personalidade. Ele era austríaco/alemão, herdeiro da cultura germânica de grandes pensadores universais. Provinha de origem humilde e, assim como o corso Napoleão, era autodidata.

De cabo a Führer; de Tenente a Imperador. Ambos se tornaram grandes porque no momento de maior crise de seus países, eles tiveram coragem de enfrentá-la. Antes de Hitler, o povo alemão passava fome. Não havia trabalho, as empresas haviam falido. Quase toda economia alemã era drenada para pagar os prejuízos de guerra da primeira guerra mundial. Antes de Napoleão a França estava sendo invadida pela Áustria, Inglaterra, Itália e Alemanha em várias frentes de batalha. A Revolução estava para ser apagada do mapa. Foram suas vitórias que o tornaram o líder máximo dos franceses. Aos 24 anos já possuía o posto de General. Foi porque ele expulsou a todos do território francês e invadiu seus países que hoje herdamos os avanços da Revolução Francesa e conhecemos os ideais de igualdade, fraternidade e liberdade.

Ambos foram extremamente difamados. Até de loucos foram chamados. A história é sempre contada pelos vencedores. Sua versão é sempre de modo a diminuir o valor dos vencidos e demonizá-los. As razões reais da Segunda Guerra Mundial jamais foram contadas. Somente especialistas, pesquisadores e estudiosos sabem o que realmente ocorreu. E uma das informações que eles nos passam é que Adolf Hitler era profundamente interessado em seus soldados e seu povo. Há até anedotas acerca das atuações de Napoleão nesse sentido. Um dos poucos Generais que dirigia a guerra na frente de batalha, lutando lado a lado com seus homens.

Acho que a maior preocupação de um grande líder é com cada um de seus compatriotas e com a integração e participação de todo o conjunto de seu país.

Conheço prisão com certa profundidade. Sei como procedem pessoas realmente generosas e interessadas nas outras pessoas. São raras e por isso mesmo legitimadas como lideres. É o caso de Dilma Rousseff. Ao ler o interessantíssimo livro “Sobreviventes”, ainda inédito, da jornalista Renata Durães, deparei com a entrevista de uma das sobreviventes dos movimentos armados dos anos 60. Rita Sipahi. Ela nos conta do comportamento de Dilma no xadrez quando ambas estavam presas no presídio Tiradentes, aqui em São Paulo. Fala de uma pessoa sempre preocupada em atender quem chegava. Geralmente vinham da tortura, recém capturadas, e ela as assistia. Preocupava-se com as reuniões e com a integração do grupo, mesmo presa. Todos no xadrez viam nela, embora as contradições, uma grande liderança exatamente pelas suas atitudes em prol das outras pessoas presas.

Partindo do princípio que prisão é extremo, penso que é exatamente nesses limites que as pessoas se revelam. Para mim que já estive preso e pouco conhecia de Dilma, sinto-me agora tranqüilo para dizer que votarei nela sem dúvidas.

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Luiz Mendes

30/07/2010.

 

 

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