Onde esta a Felicidade?

por Luiz Alberto Mendes

 

O sonho de Felicidade

 

Percebo que a cada dia acredito menos na idéia de felicidade que me vem sendo impingida desde criança. Essa mesma identificada com o poder e posse. Sei, por experiência, que não serei feliz só tendo. Pela minha condição humana, com certeza vou querer sempre mais e mais.

Quando tive um radio de uma faixa, pegando apenas AM, morava individualmente há anos, foi como se entrasse o sol em minha cela. Depois veio a TV, fiquei tão contente, tão feliz que pensei que agora a vida fosse melhorar. Não melhorou. A televisão aberta hoje transmite o que há de pior em termos de programação. Depois de anos de batalha, consegui a TV a cabo. Logo os trocentos canais que podia acessar era pouco também. Aumentei na assinatura, o número de canais. Hoje estou querendo o HDTV, que é um pouco mais caro. Percebo que isso não me faz feliz e que só vai alimentando minha ansiedade. Nada é suficiente para que eu seja feliz.

Claro, satisfaz meu egoísmo. Exacerba meu individualismo. Mandar também não traz felicidade para ninguém; já experimentei. Trás é sérios problemas, responsabilidades sem tamanho e até perigos mil. Basta ter poder ou posses para ser alvo de quem tem menos.

Creio que a ansiedade que habita em mim tem a ver com o fato de que sei, tudo pode ser muito melhor que essa mediocridade reinante. Ter para ser apenas nós leva a um dos piores vícios da humanidade. Talvez pior até que crack, prozac e lexotan. O consumismo.

Em mim fermenta a idéia que a felicidade não é apenas uma ruptura com a infelicidade. Mas um diálogo. Uma conversa franca em busca de novos possíveis. Talvez venhamos a entender que felicidade é criar algo belo ou útil. Construir algo fantástico, inventar alguma coisa absolutamente nova; viajar; conhecer novas culturas, novas pessoas... Com certeza não é conquistar, dobrar ou dominar. Antes é namorar, seduzir como um ópio profundo.

E, por consequência, talvez chegar à conclusão que estar feliz seja participar na criação de um homem e um mundo melhor. Algo coletivo; ou seremos todos felizes ou não será ninguém, talvez radical demais, sei lá... E, caros amigos, viver nossas vidas com mais decisão, arte, cuidado e amor.

                                     **

Luiz Mendes

06/02/2012.

 

 

 

 

 

 

                                                                                                                       

 

                                                                                            

fechar