por Redação

Campeões adolescentes e evolução dos equipamentos e das competições sopram bons ventos para o futuro do kitesurfe

O kitesurfe ainda não completou uma década de vida no país, mas seu rápido crescimento já permite que organizadores e praticantes sonhem com vôos mais altos. A ambição é torná-lo esporte olímpico. Para isso, além das dificuldades burocráticas e políticas que envolvem a formação de associações e confederações, tornar o esporte compreensível para o público leigo e formatá-lo para a TV estão entre os desafios.

O Brasil é grande interessado nesse processo e vem contribuindo para seu avanço. Temos o maior circuito regional do mundo, a etapa decisiva do Mundial acontece aqui e já contamos com atletas disputando a ponta do ranking. Não por acaso, as regiões Norte e Nordeste, onde acontecem essas provas, têm condições privilegiadas. E, arrastada por esse vento, pela água quente, pelas praias desertas, pela proximidade (cerca de seis horas de vôo) da Europa e pelo custo acessível, a exploração turística em torno do esporte já é uma realidade nessas regiões.

Nas últimas semanas a movimentação foi intensa. Primeiro foi a 3ª etapa do Oi Kitesurfe, realizada numa das regiões mais preservadas do litoral brasileiro, o delta do Parnaíba, a seis horas de carro de Teresina (PI). Com a natureza disponibilizando seus melhores ativos aconteceu a penúltima etapa do circuito.

Na categoria waves, os maiores campeões nacionais não tiveram dificuldade. A carioca Carol Freitas, tetracampeã brasileira, venceu a catarinense Xanda Amim, e o paulista Guilly Brandão, tricampeão brasileiro e campeão mundial de waves da PKRA, venceu o conterrâneo Miller Moraes. No freestyle, a categoria mais disputada, os principais brasileiros no Mundial confirmaram o favoritismo: o carioca Reno Romeu, 16, acabou com a invencibilidade de dois anos de Guilly, e a paulista Bruna Kajyia, 19, usou sua experiência no Tour e derrotou Xanda na final.

Aquecidos pela prova nacional, os brasileiros seguiram para João Pessoa (PB), para a decisiva prova do Mundial da PKRA (Professional Kiteboarding Riders Association). Reno chegou ao Brasil ocupando a 9ª colocação no ranking e esperava terminar entre os top 10. Não deu, caiu na bateria de estréia e não se recuperou na repescagem, fechou o ano em 12º. Já Bruna deu show. Há pouco mais de um mês ela venceu sua primeira prova no Mundial, na Alemanha. No início deste mês voltou a vencer, em Tarifa, Espanha, e na capital paraibana chegou à sua terceira vitória e ao vice-campeonato mundial. O título ficou com alemã Kristin Boese.

No masculino o inglês Aaron Hadlow, 17, conquistou o tricampeonato mundial. Com 15 o garoto já era campeão mundial de kite freestyle. No Brasil ficou apenas em 7º, mas pôde comemorar a vitória da namorada, Bruna. A PKRA estuda para 2007 a criação de um circuito só de waves. E a caminhada rumo aos Jogos Olímpicos segue, entre outros caminhos, pela experiência com novas categorias como a hang time, na qual os atletas voam mais que velejam, e a boardercross, uma regata num circuito sinuoso e com obstáculos. Campeões adolescentes, evolução dos equipamentos, das competições, a pipa vai longe. 

NOTAS 

MAIS KITESURFE

Inédita competição por equipes acontece na próxima semana no Ceará. Os times com três atletas têm que ser mistos e ter ao menos um com mais de 21 anos. Os campeões mundiais confirmaram presença. 

BRASILEIRO DE ESCALADA 

Embalados pelo bom desempenho na etapa espanhola do Mundial, Janine Cardoso e André Berezoski, respectivamente tri e tetracampeões nacionais, venceram a segunda etapa disputada em Caxias do Sul (RS). 

SKATE - BARRIGA DA VELHA 

Tradicional ladeira da ZN paulistana, a rua Eduardo V. Nasser sediou a prova amadora de downhill organizada pela Ação Concreta ONG. Mais velha: a revista "Tribo Skate" completa 15 anos de vida.

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