O velho e o novo Brasileiro

por Carlos Sarli
Trip #182

O SuperSurf fecha ciclo de dez anos e mantém escrita com uma disputa acirrada pelo título

Fechando o ciclo de dez anos sob a bandeira SuperSurf, o circuito brasileiro manteve a escrita, vários candidatos ao título até a última etapa e um novo vencedor. A quinta e decisiva prova foi disputada na Barra da Tijuca, Rio, e pela primeira vez um cearense foi campeão brasileiro de surfe profissional.

Messias Félix, 23, ficou com o título tendo de acompanhar, da areia, agoniado, as baterias semifinais e finais. Seu único rival a essa altura era o carioca Pedro Henrique, que estava na água na decisão. Mas para a sorte de Félix o paulista David do Carmo levou a melhor sobre Pedro Henrique e ele pode comemorar o inédito título.

Félix se tornou o oitavo campeão da década. O único bicampeão do circuito nesses anos foi Léo Neves, e um segundo será decidido entre Jihad Kohdr, que tem seu segundo título sub judice em razão de doping, e Renato Galvão. E é mais provável que fique com o segundo, uma vez que Jihad deve desistir do processo para poder voltar a competir no Brasileiro, já que no Mundial, que disputa este ano, não se classificará para 2010.

Na categoria feminina ocorria o contrário, três atletas – Tita Tavares, Andréa Lopes e Silvana Lima – dominaram a cena nos últimos anos, mas a paulista Suelen Naraisa, 25, quebrou a onda do trio. Suelen e Félix são negros e fecham uma fase promissora para o surfe nacional.

A partir de 2010 o circuito será o Brasil Tour. Deverá ter de 25 a 30 provas ao ano espalhadas pelo país, variando de nível 1A, com R$ 15 mil em prêmios e 250 pontos para o ranking, até 6A, de R$ 60 mil e 3.500 pontos. Ao final da temporada os sete melhores resultados serão somados.

As provas terão cinco dias de período de espera e crescerão de 48 para 64 atletas. Os novos competidores serão convidados, idealmente atletas da nova geração, e os mais bem ranqueados da divisão de acesso da própria temporada.

As mudanças no nacional estão alinhadas com as propostas para o Mundial em 2010, tornam a competição mais dinâmica, amplia o grupo de competidores e promove a renovação durante a própria temporada. 

NOTAS

PANAMERICANO DE SURFE 

Começa amanhã em Olivença, BA, a nona edição dos Jogos, a primeira no Brasil, cujo time defende o título. São 15 atletas por equipe, divididos em open, junior, longboard, bodyboard, masculino e feminino. 

KITESURFE 

O Superkite Brasil, sétima etapa do Mundial da KPWT, reúne cerca de 100 atletas desde quarta-feira na Lagoa do Cauípe, em Cumbuco, CE. 

KITETUDE 

É o projeto idealizado pelos velejadores Guilly Brandão, bicampeão mundial de kitesurfe nas ondas, e Pedro Bueno. A primeira ação é plantar árvores na Ilhabela para neutralizar a regata Rei da Ilha.

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