Heróis
Parece que nós, seres humanos, não temos rivais em nossa capacidade e determinação em sermos maus e até cruéis. Exatamente porque todos nós temos consciência do que estamos fazendo. Somos seres que escolhem e deliberam sobre o que vão fazer. Sabemos até que ponto nosso mal pode atingir o alvo e até ultrapassá-lo.
Só que é preciso admitir também que somos autores de generosidades surpreendentes. E conscientemente, também. Podemos tomar atitudes totalmente desinteressadas, sermos extremamente benevolentes, capazes de tirar, simbólica e literalmente, a "roupa do corpo" para favorecer desconhecidos, de repente... De arriscar e até dar a vida pelos outros. Conheci um companheiro de prisão que doou um rim para uma menina que ele nem conhecia. Apenas por haver se comovido com a história dela. Somos capazes de chegar ao ultimo patamar da ascenção humana: o auto sacrifício em prol do outro. Tirar de si, de sua necessidade, para dividir ou dar à outra pessoa.
Nasce o herói. O apogeu do ser humano que, não podendo ser santo, anjo e nem deus, já que tem os pés de barro e usa o banheiro como todos, torna-se herói. Existem aqueles heróis anônimos que poucos sabem o quanto são heróis em sua luta cotidiana. Vejo-os passar de madrugada para o trabalho e voltando à noite, envergados de cansaço, mas com o sustento da família no bolso. Nos fins de semana vejo-os construindo; "A familia tá crescendo, sabe como que é..." É quase tudo o que sabem dizer. Lutam, sacrificam-se para que seus filhos tenham uma vida melhor.
Mas também existem aqueles que foram a honra da raça: Um Mahatma Gandhi; Albert Schweitzer; Nelson Mandela; Martim Luther King; Francisco de Assis, Francisco Cândido Xavier; Madre Tereza de Calcuta; Dom Paulo Evaristo Arns; Irmã Dulce, celebrados e homenageados por todos. Nossos irmãos maiores que nos fazem sentir profundamente orgulhosos de pertencer à espécie humana.
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Luiz Mendes
26/02/2013.