por Arthur Veríssimo
Trip #166

Nosso repórter vai ao outro lado do mundo conhecer os uniformes high-tech dos japoneses

Nosso repórter excepcional vai ao outro lado do mundo para conhecer e provar o último grito da moda para o trabalho: os uniformes high-tech dos japoneses que pegam no pesado

texto Arthur Veríssimo, de Tóquio  fotos olivia y. faria

O supra-sumo de tendências, estilos e bizarrices da cena fashion de Tóquio circula nas avenidas, ruelas e paralelas de Omotesando, Shibuya, Harajaku e nas butiques de Ginza. Nessas regiões, encontram-se as marcas e grifes mais famosas e badaladas do mundo. Mas, no dia-a-dia das construções high-tech, na limpeza dos esgotos, na manutenção das linhas de metrô, na jardinagem, em demolições e segurança, destaca-se uma moda muito mais surpreendente: os fluorescentes uniformes dos traba­lhadores japoneses.

Decidido, resolvi conhecer in loco a rotina dos operários e me atirei de corpo, macacão, capacete, máscara e luvas na vida desses personagens anônimos que trabalham como formiguinhas na cidade mais megalomaníaca do planeta, um megacanteiro de obras funcionando 24 horas por dia. Um universo fashion desconhecido das vitrines e desfiles de moda desabrocha como as flores de cerejeiras por todas as artérias e subterrâneos da capital.

Minha primeira iniciativa foi rastrear alguma grande loja ou shopping para fazer uma pesquisa e adquirir algumas peças. Que nada, foi dificílimo rastrear o caminho, pois as roupas de trabalhadores são oferecidas em catálogos pelos fabricantes e compradas pela internet por empresas interessadas. Um supernegócio que movimenta milhões e milhões de ienes.

 

Aladim futurista

Com o faro apurado, cheguei à única loja que vende diretamente ao consumidor uma infinidade de artigos do universo "Aladim futurista". Chama-se Man-Nen-Ya e está situada no 3-8-1 Nishi-Shinjuku, na saída oeste da estação de metrô mais crowd do planeta (Shinjuku), nas imediações do Tokyo Metropolitan Government. O local é um espetáculo para os fanáticos por uniformes, mais conhecidos no Japão como "Toramani". A grande maioria desses fashio­nistas nunca botou a mão na massa. 

Capacetes, máscaras, macacões, conjuntinhos, banda­nas, a clássica botinha Tabi, as calças Nikka Zubon, Bukaka zubon (baggy) e milhares de artigos e peças funcionais povoam as prateleiras da Man-Nen-Ya. Repleto de adereços e com os mais diferentes looks e disfarces, montei meu closet e, durante alguns dias, me atirei na cena ninja-work-fashion das demolições, pavimentações, construções e metrôs de Tóquio. Sai da redoma e vem comigo. Banzai.

 

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