Na trave, de novo

por Carlos Sarli
Trip #184

O time brasileiro masculino dominou o Mundial Pro Junior, mas ficou com o vice-campeonato

 “Este é o melhor dia da minha vida e é absolutamente inacreditável. Jadson é um surfista incrível e todo o time brasileiro surfou muito. Eu nem acredito que é meu dia.” As palavras são de Maxime Huscenot, 17, das ilhas Reunião, que representou a França e venceu o Billabong ASP World Pro Junior. Elas ajudam a entender a surpresa que foi o resultado em North Narrabeen.

Entre os 48 atletas que iniciaram a prova na categoria masculina, daria pra dizer que pelo menos metade deles tinha chance de conquistar o principal título da categoria sub 20, e Huscenot, que competiu como convidado da ASP, não faria parte dessa lista.

Gabriel Medina, 16, único a tirar nota dez e recorde de pontuação no evento (19,57 em 20 possíveis); Jadson André, 19, cabeça de chave número 1 e o mais novo integrante do ASP World Tour; e Alejo Muniz, 20, campeão brasileiro e sul-americano da categoria, compunham o time brasileiro, que era considerado o mais forte e que só fez ratificar a expectativa ao longo da competição.

Os três estavam nas semifinais. Alejo e Huscenot travaram um duelo que para muitos deixou dúvidas se a final não deveria ter sido verde e amarela. A bateria entre Jadson e Medina foi vista como a final antecipada, e apesar de as ondas não favorecerem os aéreos, especialidade de ambos, a disputa não decepcionou. Eles se alternaram na liderança até Jadson virar e garantir a vitória.

Na final, como em toda a semana da competição, as ondas estavam fracas, irregulares com cerca de meio metro. E, como disse o francês, a sorte estava ao seu lado, sorte de campeão. Para Jadson, que já havia sido vice-campeão em 2009, restou tristeza e vontade de voltar em 2011, quando ainda poderá disputar a categoria, além da expectativa da estreia na elite.

O Mundial Pro Junior se tornou um importante estágio para o ingresso no WT. O Brasil é recordista de títulos na prova e mesmo quando não vence se destaca; nossos atletas têm demonstrado que sabem competir, mas continua faltando mais treino em ondas de qualidade (point breaks) para esses resultados subirem de categoria.

MUNDIAL DA ISA – SUB 18
Troca de presidente na Confederação (CBS) e atrasos na documentação comprometeram a inscrição de surfistas brasileiros no Mundial em disputa na Nova Zelândia, o time ficou pela metade.
 
MUNDIAL DE SURFE – WQS
O circuito começou no Peru e segue em Sunset, Havaí, com provas de uma estrela. E amanhã pode ter início o cinco estrelas da Volcom em Pipeline.
 
IRRESPONSABILIDADE
Um galão de gasolina abandonado em rua da Praia Grande causou queimaduras graves no surfista Bruno Moreira, que disputa o Brasileiro.

 

 

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