Sempre tive curiosidade em saber o que leva uma mulher a se tornar uma Viuva Negra
Viúvas Negras
Sempre tive imensa curiosidade em saber o que leva uma mulher, muitas vezes mãe e até casada, a se tornar uma “Viuva Negra”, ou seja, uma mulher bomba. Homens, até para provar que somos homens, nos tornamos capazes de qualquer coisa. Mas a mulher, com seus valores, seus medos e o sentimento maternal de preservação da vida, era-me inteiramente difícil entender. Então tenho pesquisado e mexido nesse vespeiro.
Recente houve comemoração pelos chechenos de 10 anos em que Khava Barayeva, a primeira das “Viúvas Negras”, explodiu-se matando 27 russos e o coronel que havia torturado e assassinado seu marido. As duas mulheres que se explodiram no metrô de Moscou recente, deixando saldo de 40 mortos e 90 feridos, faziam parte das temidas “Viúvas”.
Os pesquisadores indicam que duas são as motivações. A primeira tem a ver com o absurdo preconceito sexual mulçumano. A mulher só tem valor virgem, casada ou viúva. A mulher mulçumana estuprada esta “danificada” e torna-se imprestável para o casamento. Prostituição e adultério condena a mulher à pena capital, pelas leis maometanas. A segunda tem a ver com a promessa de que Alá concede passe livre para o reino dos céus a seus mártires e 70 familiares deles, independente do comportamento deles na vida. Promete 72 virgens ao homem e um marido perfeito para as mulheres.
As mulheres recrutadas pelos terroristas estão nesse grupo das “desonradas” e a elas é feito parecer que só há um caminho. Ser mártir de Alá e, pelo menos depois da morte ter algum respeito, algum valor. A morte delas é feito parecer que é mais importante que a vida.
Há muitas histórias. Uma mulher caiu em desgraça por ter um amante. Foi convencida pelos familiares, inclusive pelo marido, a se explodir com o maior número de israelenses possível. O corpo da mulher mulçumana é inviolável, intocável e não pode ser revistado. Então fica fácil enchê-las de explosivos e convencê-las a se explodirem.
As notícias dão conta de uma mulher que arquitetou para que cerca de 80 jovens mulçumanas serem estupradas. Depois as aliciou com promessas de paraíso quando se sacrificassem pela causa de Alá. 36 delas se vestiram de bombas e 32 explodiram-se, matando centenas de outras pessoas. Esse pode ser considerado um plano diabólico.
Pelas informações colhidas e salvo novas informações que possam indicar outra direção, concluo que essas mulheres são também vítimas. Vítimas do preconceito, do atraso cultural, dos costumes tribais, do machismo imperante na sociedade mulçumana e outros equivalentes. O que podemos fazer por essas infelizes que acabam por promover catástrofes e desgraças muito além delas mesmas? Praticamente nada. São hábitos, costumes milenares. Para intervir seria preciso destruir tudo o que há em volta. Capital, dinheiro não ia adiantar: eles têm o ouro negro que vale muito mais que dinheiro e tudo é como sempre foi. Essa é uma equação para estrategistas, não para um mero escritor como eu. Apenas a apresento.
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Luiz Mendes
09/04/2010.