por Redação

O líder do Echo & The Bunnyman numa entrevista exclusiva. Por Thaís Rabay

Ele tem um carinho especial pela música "The Killing Moon" e até mesmo um certo ciúme da canção: não gosta muito que façam versões dela. Estiloso, não tira os óculos escuros nem à noite. Dono de uma voz singular e encantadora que já foi considerada uma das mais belas do rock, quando indagado sobre como consegue cantar tão bem, ele responde: "É um dom!".

Ian McCulloch, a voz da banda inglesa Echo & The Bunnymen, está no Brasil para uma série de shows acústicos com músicos convidados brasileiros. O repertório vai de músicas de seu mais novo disco solo, o Slideling, passando por clássicos do Echo até covers de Bowie e Velvet Underground. A idéia inicial era cobrir o encontro entre Léo Jaime e Ian para ensaiar "Lips Like Sugar" - hit do Echo. No dia do ensaio, descobrimos que não poderíamos mais assisti-lo, mas em compensação, Mac (como gosta de ser chamado) estaria disposto a nos receber em uma grande livraria, onde distribuiria autógrafos aos fãs. Para acompanhar a entrevista, convoquei um superfã da banda, Leandro.

Chegando lá, o líder o Echo & The Bunnymen, já cansado de tantos compromissos, relutou em dar a entrevista. Mas desarmou quando viu a tatuagem que Leandro tem no braço esquerdo [uma lua, com os dizeres "Echo & The Bunnymen" em cima, e "The Killing Moon" embaixo] e surpreendeu-se: Uau, "The Killing Moon"! Impressionante! Isso é maravilhoso! É uma ótima tatuagem! Posso tirar uma foto para colocar no meu website??. Ian não gosta e não tem tatuagens, mas ficou tão admirado que quis tirar várias fotos e fez questão de conferir se elas saíram do jeito que queria. A entrevista você confere a seguir:

TRIP: Ian, você ama o Brasil e já o visitou muitas vezes. Amanhã vai tocar com músicos brasileiros. O que você está achando disso?

Ian McCulloch: Bem, fizemos o primeiro ensaio ontem à noite, eles foram muito bem. O percussionista [o músico paulista Da Lua - Tpm #32] é fantástico, mas não fala inglês; então, se quisesse algo, era difícil de explicar. Estou esperando o ensaio de hoje à noite porque a música "The Killing Moon" saiu inacreditável ontem. Ficou muito brasileira, porque tocamos sem bateria, só com percussão. Era a mesma música, mas soou como uma noite quente no Brasil, em vez de uma noite fria em Liverpool. E no show vamos tocar músicas diferentes, como David Bowie e Lou Reed.

O que você acha de seus grandes fãs do Brasil?

Isso me faz perceber que estou fazendo a coisa certa. Se você pegar a música ?The Killing Moon?, que eu acho que é o melhor som de todos os tempos (mesmo que tenha sido eu quem escreveu a maior parte), ainda penso quando a canto: "De onde surgiu essa música?". É realmente uma música muito especial.

Essas coisas acontecem no Brasil ou em qualquer lugar, mas o Brasil sempre será um lugar muito especial pra mim por isso. Me faz pensar que talvez tenha escrito uma música que influencia uma vida do outro lado do mundo, e isso é inacreditável. O clima, as características do Brasil, tudo é sobre paixão e amor.

Nós sabemos que você gosta muito daqui, você tem seus fãs, tem a caipirinha, o que mais você gosta do Brasil?

Eu amo o futebol, é o melhor do mundo.

Você já pensou em morar aqui, não é?

Já sim. Depois de 1997, eu pensei em morar um ano fora, em São Paulo, pois é uma cidade grande e bem parecida com Liverpool. Mais depois do trânsito de hoje, esquece! A primeira vez que estive aqui, pensei que o Brasil fosse minha casa natural e espiritual, e ainda sinto assim. Bem, digamos que eu moro em Liverpool, mas se eu morasse em outro lugar seria o Brasil.

Quais são os planos para o Echo & The Bunnymen?

Vamos começar o próximo álbum em setembro. Sairá no próximo ano.

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