por Luiz Guedes
Trip #227

O pequeno Chevette é uma prova de que a paixão por um carro pode aproximar as pessoas

Com clubes formados por milhares de fãs espalhados pelo Brasil, o pequeno Chevette é uma prova de que a paixão por um carro pode aproximar as pessoas

Muito antes da popularização da internet e do surgimento das redes sociais, o gosto por um determinado modelo de automóvel já reunia grupos e formava comunidades de entusiastas ávidos por debater e trocar informações sobre um mesmo assunto. “Nosso clube nasceu em 1997, depois que eu e outro proprietário fomos barrados em um tradicional evento reservado para carros clássicos”, conta o publicitário Luís Antônio Mascellaro, fundador do Chevette Clube do Brasil. “No começo, o grupo cresceu de maneira lenta. Cruzávamos com outros donos de Chevette no trânsito ou no posto de combustível e, dessa forma, arrematávamos novos sócios. Hoje, com o Facebook, somos mais de 5 mil nomes cadastrados em todo o Brasil”, explica.

Lançado no Brasil em 1973 para combater o Fusca, o pequeno modelo da Chevrolet permaneceu longos 23 anos em produção, chegando à liderança do mercado em 1983. Além de passar por duas grandes evoluções de estilo, o Chevette gerou frutos como a perua Marajó e a picape Chevy 500, superando a marca de 1,6 milhão de unidades comercializadas no país.

Sozinho Jamais

Mesmo sem fazer parte de nenhum clube, o publicitário e colecionador Rubem Duailibi afirma jamais se

sentir sozinho quando sai ao volante de seu impecável Chevette Hatch 1982. Relíquia de família, o exemplar, cuidado com zelo desde que era um zero-quilômetro, invariavelmente atrai curiosos e desperta nostalgia por onde passa. “Sempre tem alguém pedindo para tirar foto ou para contar que possuía um modelo igualzinho no passado”, conta o colecionador.

Houve até uma noiva que teve um Chevette como primeiro carro e alugou o exemplar de Rubem para chegar à igreja, embora tenha saído do casamento a bordo de um Rolls-Royce, narra o dono, surpreso com o status de raridade que o popular Chevrolet vem adquirindo – mas já completamente acostumado à capacidade que o automóvel tem de criar conexões e fazer nascer amizades.


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