Tudo bem; não existe mais passado, mesmo porque, nos tempos atuais, o passado não influenciaria muito, se por ventura existisse. Mas o que somos nós, o que existe que não foi construído no passado? Nós não somos uma construção dos dias que vivemos? Não há futuro; afinal de contas, o amanhã é um incógnita. Como que não existe futuro se pode acontecer de tudo e só não pode deixar de acontecer? Podemos morrer, mas nada garante que de fato acabou, mesmo porque para os outros, a vida, continua a acontecer. E nós... O que somos nós no contexto universal? Um grão de areia? É fato que seremos outros, mas outros derivados do que fomos e do que somos. Podemos viver sem planos? Não é temerário? Planejar talvez seja um mal necessário? Não foram os planos humanos que construíram a vida em sociedade?
E o que é o agora, esse momento pulsante? Do que é feito o presente instante e que substância real ele possuí? Sua substância não esta no que construímos no passado, e para onde se dirige; não é para o futuro? O hoje seria possível sem a construção do passado e o endereço no futuro?
O que chamamos de realidade já foi provado que é relativo. E relativo a algo; ao tempo, ao espaço. Às vezes o que sonhamos nos parece mais real do que o que vivemos depois e antes do sonho, quando acordados. A vida esta em dimensões alternadas ou sobrepostas? É a nossa consciência quem determina nossa percepção de tempo? Einstein afirmava que sim e que nossa consciência pode até curvar o tempo. E o que é a consciência, uma construção no tempo tipo uma cebola ou o espírito? Talvez o espírito que se constrói no tempo? É possível viajar no tempo através da consciência? Segundo a teoria da relatividade, sim. E o tempo, como o temos, é o que, então; uma ilusão da mente? É razoável afirmar que o que temos como agora, o instante presente, esta em questão? Temos o que então, já que não temos passado, futuro e agora nem o presente? A vida é um milagre instantâneo?
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Luiz Mendes
03/06/2015.
