25.805
Minha matrícula no sistema
prisional de São Paulo.
Menino vê se te cresce
Senão o mundo se acaba
E te esquece.
Afina teu ouro e tua prata
E tenha contigo
Do fundo de seus segredos
Que não salvaras senão a ti mesmo.
És uma estrela e não sabes
Porque teu brilho se apaga enquanto
A consciência de todos adormece
E invisível te tornas.
Não esqueça apenas das flores
Entre todas as coisas, quanto te fores.
Diga sempre que as ameaças não te tremem
Preferes o medo de olhos estampados
Em camisetas de dizeres pueris.
Grite, berre sua dor com seus olhos úmidos
Mesmo que seja em pleno vão.
Esqueça hopi-hares, play-centers
E os shoppings-centers lotados de nada para você.
Fale de teu sangue derramado na calçada
Das lágrimas de fome e frio que choraste
E das duras balas em troca que recebeste.
Candelárias,
Malditas candelárias e seus malditos autores!
Faça tremer aqueles que comungaram
E opinaram para teu sacrifício.
Escape de ser mais um número
E lute por ser e fazer feliz.
Menino vê se te cresce
Senão o mundo acaba
E te esquece.
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Luiz Mendes
27/11/2011.