por Redação

Surpresas em Fiji

No domingo passado, Fiji foi palco para o que já tem sido por muitos considerado o melhor duelo realizado durante o último round de uma etapa de WCT. Os protagonistas foram Andy Irons e Damien Hobgood e, para surpresa geral, o atual campeão mundial, mesmo surfando impecavelmente, perdeu para Damien, que conquistou assim a maior vitória de sua carreira.

O mar colaborou para o grande desfecho dessa história e permaneceu quebrando com sólidos e tubulares de 2,5 metros. O primeiro a remar para uma onda foi Andy, e ali mesmo ele mostrou que dificilmente deixaria Damien levantar o caneco. "Quando vi que ele ia dropar antes de mim, fiquei furioso", explicou depois o vencedor. "Aí vejo uma onda perfeita vindo na direção dele e fiquei ainda mais furioso. Mas a seguinte era ainda melhor, quem poderia imaginar?"

No final, Andy parecia conformado. "O que eu posso fazer" O cara estava endiabrado hoje?, disse referindo-se às notas de Damien: um 10 e um 9,9. No total, a maior pontuação já efetuada numa final de WCT. Mas a bateria decisiva poderia ter sido ainda mais peculiar se Andy não tivesse tirado da disputa numa das semifinais o irmão gêmeo de Damien, C.J., que acabou em terceiro lugar.

Embora disputas tão fraternas não sejam raras no WCT (além dos Hobgood, Andy tem um irmão competindo e, até o ano passado, tínhamos os irmãos Padaratz), teria sido divertido assistir a uma bateria derradeira duelada por gêmeos idênticos. Até a espetacular vitória em Fiji, o melhor resultado da carreira de Damien havia sido um segundo lugar em Jeffrey's Bay, África do Sul, ano passado.

Já C.J., mesmo tendo conquistado apenas uma vitória na carreira, ficou com o título antecipado do mundial de 2001, que foi interrompido na metade por conta dos atentados terroristas em Nova York. Seja como for, se os irmãos Hobgood continuarem nessa toada, o dia em que assistiremos a uma final entre gêmeos certamente chegará.

Enquanto isso, no feminino, a australiana Layne Beachley encontrou uma pedra no caminho de seu sétimo - e histórico - título. A pedra é peruana e se chama Sofia Mulanovich. Sofia, surfando espetacularmente, simplesmente venceu as três últimas etapas do WCT (a mais recente, no final de maio na França), deixando na poeira não apenas a atual campeã (que está numa disputa particular com o americano e também hexacampeão mundial Kelly Slater pelo sétimo título), como também Rochelle Ballard e Keala Kennely.

Apesar da abençoada fase da peruana, a brasileira Jaqueline Silva, que faturou a primeira etapa do WCT deste ano, segue forte no terceiro lugar do ranking. Já Layne, depois da etapa francesa caiu para a quarta colocação. Em segundo, a veterana Rochelle. E, para quem pensa que ver uma surfista peruana no topo do mundo é feito inédito, vale lembrar que em uma das primeiras competições internacionais, o World Contest in Peru, realizado em 1965, Felipe Pomar ficou com o título e o status de campeão mundial.

NOTAS

MUNDIAL DE SKATE

Sandro Dias ficou só em oitavo no Vans Triple Crown, disputado em Cleveland, EUA, mas segue líder no ranking. Ele voltou a executar o 900º e venceu o best trick. Bucky Lasek venceu a prova. 

BRASILEIRO DE WINDSURF

Heptacampeão brasileiro e atual detentor do título em cinco categorias, Wilhelm Schürmann é o grande favorito para a prova da categoria Fórmula que começa hoje em Fernando de Noronha (PE).

COSTA A COSTA

Além da equipe Extra Distance (quatro atletas), o Brasil será representado na RAAM, prova ciclística que atravessa os EUA, pela dupla Ronaldo Mattar e Marcos de Faria, da Team TBW Brasil. A largada é dia 21.

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