Grandes nomes da arte contemporânea dos EUA expõem no Brasil pela primeira vez
Tudo que vai... volta. Se em fevereiro de 2007 a galeria Choque Cultural levou oito artistas paulistanos oriundos do graffiti para expor na Big Apple, chegou a vez de os norte-americanos “tomarem” as paredes da galeria de São Paulo. Esse intercâmbio cultural e artístico é fruto da parceria entre a Choque Cultural e a Jonathan LeVine Gallery, de Nova York. Ilustres representantes made in America dessa nova arte contemporânea que tem atraído vários jovens aos museus e galerias estampam a Choque até dia 29 de fevereiro. São eles: Shepard Fairey [Obey], Shag, Jeff Soto, Gary Baseman, Tim Biskup, Dalek, AJ Fosik, Andrew Brandou, Camille Rose Garcia, Mars1 e Souther Salazar. Um time de peso que os brasileiros têm oportunidade de conhecer o trabalho pela primeira vez, ainda mais porque todos eles produziram obras exclusivamente para a exposição tupiniquim. “Nós não estamos acostumados a ter contato com uma cena, um movimento artístico que está acontecendo agora lá fora”, acredita Baixo Ribeiro, idealizador da Choque e da parceria. “A arte nunca foi tão jovem quanto ela é hoje! Essa é, atualmente, uma das questões mais interessantes da arte contemporânea: o surgimento de uma nova audiência juvenil, o que nunca aconteceu antes na história da arte.” Na entrevista a seguir, o próprio Baixo fala mais do projeto:
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Qual a importância dessa exposição?
A exposição é um fato raro para o público paulistano. Nós não estamos acostumados a ter contato com uma cena, um movimento artístico que está acontecendo nesse momento lá fora. Essa exposição não trata de nada requentado ou déjà-vu... Trata de uma arte pulsante e que está emergindo agora do eixo Nova York–Califórnia. A proposta da exposição é colocar São Paulo no circuito mundial da arte “alternativa” ou underground. Nunca nenhum dos artistas convidados participou de mostras aqui no Brasil, o que é um atraso brutal com a nossa contemporaneidade! É como se nunca mais tivéssemos recebido nenhuma outra banda de rock além do Queen em 80...
A Choque Cultural está trazendo nomes consagrados?
Shepard Fairey (Obey) e Shag são pop stars... Jeff Soto, Gary Baseman, Tim Biskup e Dalek são mais que conhecidos e cultuados; AJ Fosik, Andrew Brandou, Camille Rose Garcia, Mars1 e Souther Salazar são os mais jovens e arrojados. Todos são ilustres representantes dessa nova arte contemporânea que tem trazido vários jovens a museus e galerias. Não podíamos continuar conhecendo eles apenas por meio de livros, revistas ou pelos muitos produtos licenciados, roupas e toy arts que fazem a festa da população mais jovem e antenada mundo afora. Estava mais do que na hora de mostrar seus trabalhos originais e trazê-los para conversar com os seus admiradores.
Por que a exposição se chama “Made in America”?
A exposição é parte de um programa de intercâmbio artístico e cultural promovido pela Choque Cultural e pela Jonathan Levine Gallery, de Nova York. Em fevereiro de 2007, levamos oito artistas vindos do graffiti paulistano para mostrar seus trabalhos na Jonathan LeVine. Agora, a Choque passa para o outro lado da ponte e mostra o que a América de cima tem a dizer para a América aqui de baixo. Na verdade, ambas as galerias estão mostrando para o seu público local a riqueza de uma arte nova, de amplitude global e que tem muita coisa em comum, principalmente em juventude e energia.
O que essa arte tem de diferente?
A arte nunca foi tão jovem quanto ela é hoje! Essa é, atualmente, uma das questões mais interessantes da arte contemporânea. O surgimento de uma nova audiência juvenil, o que nunca aconteceu antes na história da arte. Esse jovem faz parte de uma geração que assimilou a linguagem ágil que é usada na internet, no rock, nos comics, no mangá, na moda ou na publicidade. Esse novo e jovem público aprendeu a colecionar arte, colecionando brinquedos, bonés, tênis e tudo o que fosse customizado, assinado ou tivesse uma edição limitada. É um público que passou a exigir uma arte mais dinâmica, interessante e comunicativa, diferente do modelo “cabeção”, conceitual e sisudo que identificou a arte “oficial” das últimas décadas. E desse ambiente, desse zeitgeist, surgiu uma nova arte, tão nova que não tem nem nome ainda... Skate, hip hop, punk, graffiti, street art, arte urbana, pop surrealism, toy art são algumas palavras-chave para se aprofundar na questão.
Se essa arte é tão boa, por que nunca foi mostrada aqui?
Revolução não se aprende na escola e não procura reconhecimento. A publicidade aprendeu rápido a falar a língua dos jovens, interessada que é nessa faixa de consumo. Já as instituições artísticas mais tradicionais e a crítica de arte em geral têm resistido em reconhecer a qualidade e contemporaneidade de artistas vindos do graffiti, dos quadrinhos, da ilustração, do design e de outras fontes que não as acadêmicas. O problema é que a arte, quanto mais nova, subversiva e revolucionária, mais dificuldade tem para ser aceita. A história comprova essa tese. No auge da experiência, os impressionistas foram desprezados, os modernistas vaiados, os artistas da pop art nem foram considerados. Depois de um tempo, é claro que a crítica entende, o mercado aprende a vender e até a escola vai acabar ensinando.
Por que essa exposição é diferente das outras?
A “Made in America” mostra trabalhos originais de todos os artistas. Todos produziram obras especialmente para a exposição. Os artistas Gary Baseman, Tim Biskup, Mars1, Souther Salazar e Shag participam da montagem e da inauguração. É uma oportunidade única de o público paulistano ver e adquirir obras desses artistas. São artistas cultuados em todo o mundo. Suas exposições individuais são superconcorridas e suas obras disputadas a tapa. Essa exposição se torna ainda mais interessante pelo fato de que raramente tais artistas são vistos juntos numa mesma mostra. É a oportunidade de o paulistano obter um rico panorama do que de mais contemporâneo tem-se produzido na América do Norte.
Vai Lá: a exposição “Made in America” fica na galeria Choque Cultural até o fim de fevereiro. Rua João Moura, 997, em Pinheiros, de segunda a sábado, das 12 às 19h.
www.choquecultural.com.br
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Qual a importância dessa exposição?
A exposição é um fato raro para o público paulistano. Nós não estamos acostumados a ter contato com uma cena, um movimento artístico que está acontecendo nesse momento lá fora. Essa exposição não trata de nada requentado ou déjà-vu... Trata de uma arte pulsante e que está emergindo agora do eixo Nova York–Califórnia. A proposta da exposição é colocar São Paulo no circuito mundial da arte “alternativa” ou underground. Nunca nenhum dos artistas convidados participou de mostras aqui no Brasil, o que é um atraso brutal com a nossa contemporaneidade! É como se nunca mais tivéssemos recebido nenhuma outra banda de rock além do Queen em 80...
A Choque Cultural está trazendo nomes consagrados?
Shepard Fairey (Obey) e Shag são pop stars... Jeff Soto, Gary Baseman, Tim Biskup e Dalek são mais que conhecidos e cultuados; AJ Fosik, Andrew Brandou, Camille Rose Garcia, Mars1 e Souther Salazar são os mais jovens e arrojados. Todos são ilustres representantes dessa nova arte contemporânea que tem trazido vários jovens a museus e galerias. Não podíamos continuar conhecendo eles apenas por meio de livros, revistas ou pelos muitos produtos licenciados, roupas e toy arts que fazem a festa da população mais jovem e antenada mundo afora. Estava mais do que na hora de mostrar seus trabalhos originais e trazê-los para conversar com os seus admiradores.
Por que a exposição se chama “Made in America”?
A exposição é parte de um programa de intercâmbio artístico e cultural promovido pela Choque Cultural e pela Jonathan Levine Gallery, de Nova York. Em fevereiro de 2007, levamos oito artistas vindos do graffiti paulistano para mostrar seus trabalhos na Jonathan LeVine. Agora, a Choque passa para o outro lado da ponte e mostra o que a América de cima tem a dizer para a América aqui de baixo. Na verdade, ambas as galerias estão mostrando para o seu público local a riqueza de uma arte nova, de amplitude global e que tem muita coisa em comum, principalmente em juventude e energia.
O que essa arte tem de diferente?
A arte nunca foi tão jovem quanto ela é hoje! Essa é, atualmente, uma das questões mais interessantes da arte contemporânea. O surgimento de uma nova audiência juvenil, o que nunca aconteceu antes na história da arte. Esse jovem faz parte de uma geração que assimilou a linguagem ágil que é usada na internet, no rock, nos comics, no mangá, na moda ou na publicidade. Esse novo e jovem público aprendeu a colecionar arte, colecionando brinquedos, bonés, tênis e tudo o que fosse customizado, assinado ou tivesse uma edição limitada. É um público que passou a exigir uma arte mais dinâmica, interessante e comunicativa, diferente do modelo “cabeção”, conceitual e sisudo que identificou a arte “oficial” das últimas décadas. E desse ambiente, desse zeitgeist, surgiu uma nova arte, tão nova que não tem nem nome ainda... Skate, hip hop, punk, graffiti, street art, arte urbana, pop surrealism, toy art são algumas palavras-chave para se aprofundar na questão.
Se essa arte é tão boa, por que nunca foi mostrada aqui?
Revolução não se aprende na escola e não procura reconhecimento. A publicidade aprendeu rápido a falar a língua dos jovens, interessada que é nessa faixa de consumo. Já as instituições artísticas mais tradicionais e a crítica de arte em geral têm resistido em reconhecer a qualidade e contemporaneidade de artistas vindos do graffiti, dos quadrinhos, da ilustração, do design e de outras fontes que não as acadêmicas. O problema é que a arte, quanto mais nova, subversiva e revolucionária, mais dificuldade tem para ser aceita. A história comprova essa tese. No auge da experiência, os impressionistas foram desprezados, os modernistas vaiados, os artistas da pop art nem foram considerados. Depois de um tempo, é claro que a crítica entende, o mercado aprende a vender e até a escola vai acabar ensinando.
Por que essa exposição é diferente das outras?
A “Made in America” mostra trabalhos originais de todos os artistas. Todos produziram obras especialmente para a exposição. Os artistas Gary Baseman, Tim Biskup, Mars1, Souther Salazar e Shag participam da montagem e da inauguração. É uma oportunidade única de o público paulistano ver e adquirir obras desses artistas. São artistas cultuados em todo o mundo. Suas exposições individuais são superconcorridas e suas obras disputadas a tapa. Essa exposição se torna ainda mais interessante pelo fato de que raramente tais artistas são vistos juntos numa mesma mostra. É a oportunidade de o paulistano obter um rico panorama do que de mais contemporâneo tem-se produzido na América do Norte.
Vai Lá: a exposição “Made in America” fica na galeria Choque Cultural até o fim de fevereiro. Rua João Moura, 997, em Pinheiros, de segunda a sábado, das 12 às 19h.
www.choquecultural.com.br