por Redação

Biscoito que faz sucesso há 40 anos no Rio nasceu... em SP!

"Biscoito Grobo, salgado e doce!" - assim mesmo, com erro de português, o bordão é gritado há três gerações nas praias do Rio de Janeiro. Leve e crocante, ele agrada tanto ao paladar dos sarados da zona sul como ao das popozudas do morro. No semáforo, na areia da praia, nas ruas do centro, nas arquibancadas do Maracanã, o sucesso do biscoito Globo é o mesmo desde 1963, quando os irmãos paulistanos Milton, Jaime e João Ponce e o português Francisco Torrão abriram a Panificação Mandarino na rua do Senado, centro velho do Rio.

Mas a história desse clássico carioca remonta a 1953 e começa nos fundos de uma padaria no bairro do Ipiranga, zona sul de São Paulo. Lá, os Ponce aprenderam a receita de um primo e, para aproveitar a demanda de um congresso eucarístico, viajaram para o Rio em 1954 com um carregamento do quitute. Venderam tudo e concluíram que ali era o mercado ideal. No ano seguinte, mudaram-se para a cidade e se empregaram na padaria Globo. Juntaram o nome do estabelecimento à simpatia pelo boneco da coluna de críticas de cinema do jornal O Globo e batizaram assim os biscoitos de polvilho mais pops do Brasil.

A Panificação Mandarino funciona num galpão de 450 m2, em frente ao qual, todos os dias de madrugada, um exército de 200 ambulantes fazem fila para apanhar o produto. Uma embalagem de 30 gramas sai por R$ 0,25 na fábrica, e é revendida por até R$ 1. Nos meses mais quentes, cerca de 15 mil saquinhos são consumidos por dia, o que garante um faturamento diário de R$ 3 750. Sem nenhum outdoor, cartaz ou folheto anunciando os biscoitos, a Mandarino fatura em torno de R$ 1,2 milhão por ano. "Tudo na vida leva uma dose de sorte e outra de trabalho", ensina seu Milton Ponce. 

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