Gritos interiores

por Luiz Alberto Mendes

 

Há algo vivo e sem palavras para ser dito

Um silêncio gritante

Mas que não pode se dizer

Porque vivemos presos às celas da civilização

Tornamo-nos máquinas entre máquinas

Já erramos por vício, ou costume

É como se a sombra dos dias se encurtassem

E os outros fossem pregos fincados na parede

Pendurando quadros antigos

Que só mostrassem ideais fracassados.

Sem mais acreditar na morte

Estamos confusos e sem fronteiras

Parece que é tudo aqui e agora

E viver fosse lutar sem perspectivas

Só pelo exercício de viver.

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Luiz Mendes

10/12/2014.  

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