por Redação
Trip #231

O dia em que Paulo Cézar Caju e Bob Marley golearam um time de branquelos no Rio de Janeiro

dia em que Paulo Cézar Caju, craque da seleção de 70, e Bob Marley, ícone do Movimento Negro, golearam um time de branquelos no Rio de Janeiro

Pelé já foi muito criticado por não levantar a bandeira dos direitos negros e se esquivar de perguntas sobre racismo. O mesmo não pode se dizer de Paulo Cézar Caju, outro nome da seleção de 70. Filho de uma empregada doméstica, não gostava quando a mãe pedia que ele alisasse o cabelo com ferro quente. Quando tinha que entrar em algum lugar pelos fundos, ficava raivoso e, não raro, xingava os porteiros. “Em 1968, quando os negros americanos deram as costas para o hino dos EUA, achei maravilhoso. Comecei a pesquisar Malcom X, Angela Davis”, disse o craque ativista em uma entrevista de 2010. Dono de uma coleção de mais de 2 mil discos de música black, o ex-ponta-esquerda cativou até Bob Marley, outro ícone da causa negra, que, ao desembarcar no Brasil em março de 1980, fez questão de conhecê-lo. Caju acabou virando cicerone de Marley. Um dos últimos programas do roteiro da dupla naquele fim de verão foi uma constelada pelada no gramado do Politheama, time de Chico Buarque. Os dois marcaram na vitória de 3 x 0 sobre o time de Alceu Valença.

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