Por Redação
em 21 de setembro de 2005
Minha função é fazer cumprir as leis que ainda não foram aprovadas ? brada o escrutinizador central na abertura da ópera-rock-apocalíptica Joe?s Garage, de Frank Zappa, 1979. A imagem de uma sociedade onde o Estado norte-americano passa por cima das leis transformando qualquer desafeto em um criminoso para acomodar o futuro nunca fez tanto sentido. E hoje faz falta a voz ácida e certeira do guitarrista que rompeu as barreiras entre o pop e o erudito antes de morrer de câncer em 1993.
Se há alívio para os órfãos de Zappa, um antológico registro ao vivo está no forno. Em 1996, o cantor Ike Willis (o Joe, dono da garagem e do vozeirão no disco) veio ao Brasil para um show com a Central Scrutinizer Band, o melhor Zappa ao vivo depois de Zappa. Formado há doze anos, o grupo de Mano e Cadu Bap, Marcos Bowie, Rainer Pappon, Hugo Hori, Cláudio Tchernev, Caio Góes, Juliano Becari e Marcelo Ringel toca como deve ser. Com a palavra, o maestro Frank: A MTV está transformando o rock em guitarristas fazendo pose. Música para mim precisa ser divertida, tocada com amor. Como fazem os garotos da Central Scrutinizer.
O fonograma do show ficou seis anos na gaveta, preso nas complicações legais de selos falidos e direitos autorais. Mas, graças à Voiceprint (Inglaterra) e à Spin (Brasil), vai às lojas ainda neste semestre. E os planos da Scrutinizer não param por aí ? mais dois vo- lumes ao vivo estão a caminho e ainda planejam a montagem dos três atos de Joe?s Garage. Com Ike Willis, é claro. Vai lá: www.scrutinizer.com.br. BTN
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