Entre templos e montanhas

Trip / Viagem / Espiritualidade

por Bruna Bittencourt
21.09.2005

Cansado de viagens convencionais? Soninha Francine visita o Nepal e dá dicas de um roteiro tranquilo e cheio de boas surpresas

Com uma paisagem que abriga monastérios, templos, montanhas e os mais diferentes grupos étnicos e religiosos, o Nepal atrai milhares de turistas do mundo todo. Entre eles, a ex-VJ e atual apresentadora Soninha Francine. Mas não foi só por causa da bela paisagem que ela encarou dois dias de vôo e escalas até o país. Dos 16 dias que passou em território nepalês, metade deles foram dedicados a uma peregrinação budista, religião da qual ela é adepta.

Soninha ficou a maior parte do tempo em Katmandu, capital do Nepal. A cidade é destino de turistas ocidentais e passagem para os aventureiros a caminho do Everest. "Katmandu é uma cidade extremamente religiosa. Os horários giram em função das práticas religiosas. Você está andando em um beco qualquer e dá de cara com um templo, um monumento, uma oferenda, pessoas cantando... É muito impressionante."

O bairro de Boudha, onde a apresentadora ficou hospedada, é conhecido por sua Grand Stupa, monumento budista que representa a mente iluminada de Budda. "A Grand Stupa é imperdível, mesmo que você esteja no Nepal para escalar o Everest." Boudha é um bairro budista (no restante da cidade predominam as práticas hindus) com muitos monastérios tibetanos. "Você encontra um monastério a cada três quarteirões. Como eles são muito bonitos, só de entrar e sentar em um lugar como esse já é um passeio e tanto. É bacana mesmo para quem não segue a doutrina budista."

Katmandu recebe muitos turistas americanos e europeus por causa de seus seminários budistas. Se você é adepto, Soninha indica o Rangjung Yeshe Institute, mais conhecido como Monastério Branco, que tem ensinamentos abertos nos sábados de manhã, além do Shechen, um dos mais importantes do lugar. Seu abade (autoridade máxima do monastério), Dilgo Khyentse Rinpoche, morto em 91, foi professor do Dalai Lama. Shechen ainda oferece um restaurante e uma pousada que ajudam a mantê-lo.

Thamel é um bairro mais turístico. "Eu queria ficar completamente mergulhada no estilo nepalês, mas os próprios habitantes do lugar me recomendavam o bairro." Thamel tem várias lojas para montanhistas e de artigos típicos da região. "Você compra roupas de lã, artigos religiosos, bijuterias, jóias de prata e pedras semipreciosas por um preço ridiculamente barato."

A apresentadora, que também encheu a mala com livros budistas, indica duas livrarias no bairro: Pilgrims e New Tibet. "É impossível sair de mão vazia." A Pilgrims é especializada em títulos sobre Nepal, Tibete, Índia, China, sul e centro asiático. São mais de 30 salas dedicadas a temas específicos.

Com US$ 1,50, você consegue fazer uma boa refeição em Katmandu. "Em Thamel, você encontra tanto a culinária nepalesa, muito parecida com a indiana, como outras opções para quem não suporta comida apimentada. Tem uma pizzaria chamada Fire and Ice que é o máximo, a melhor pizza que já comi." Há também vários restaurantes terraço com vista para a Grand Stupa, no bairro de Boudha. Mas lá é preciso tomar cuidado com os preços absurdos (para os padrões locais). "Vale mais a pena entrar para tomar um chá e curtir a paisagem", aconselha Soninha.

Pashupath e Swayambhu são dois passeios obrigatórios na capital do Nepal. O primeiro é um parque sagrado por onde corre o rio mais importante dos hindus, Bagmati, além de seu principal templo e crematório. "É imperdível! No dia em que passei por lá, estavam acontecendo uns vinte casamentos ao mesmo tempo, é fascinante. Pena que alguns templos proíbem a entrada de não-hindus." Swayambhu, uma das três mais importantes stupas do país, é também conhecido como Templo do Macaco, pela quantidade de animais - "Cuidado para não tomarem algum objeto seu!". O templo fica no alto de uma colina, um dos acessos é uma escada impressionante. "De lá, você vê quase toda Katmandu espalhada pelo vale", finaliza Soninha.