Nada de Paris ou Nova York, para Eliza Joenck o melhor lugar do mundo é Florianópolis
Não é um privilégio apenas do sexo masculino ser incapaz de negar Eliza. A “sereia da ilha” de Florianópolis, como ela mesma se intitula, é dona de encantos de fazer inveja aos seres míticos de canto mavioso. Seu charme, mais poderoso que o da lenda que só seduzia os homens, também se estende às mulheres. Que o diga a moça que, num café em Paris, levantou e se dirigiu até a mesa de Eliza, rosa em punho, e hipnotizada intimou: “Você quer vir comigo ao meu hotel?”. “Minha amiga levantou da mesa na hora, saiu correndo e me largou sozinha lá”, lembra. Imune a pedidos desesperados, a garota é mais do que capaz de dizer não – sorte dela que pode. “Falei ‘Não, obrigada’, paguei minha conta e fui embora de lá”, afirma. “Era muito nova e fiquei um pouco assustada. Não tenho nada contra, mas sou heterossexual. Gosto de me sentir protegida por uma figura masculina.”
Cidadã do mundo
No momento, ela está desprotegida, já que decidiu abraçar com força a vida a um. “Estou solteira e estou amando ficar assim. Acabo tendo mais tempo para mim”, reflete. “Solteira, mas não sozinha. E é isso, ponto!”, avisa entre risos. Melhor, assim sobra mais tempo para Eliza atender sua requisitada agenda e espalhar sua beleza pelo mundo. Atualmente ela divide sua vida entre São Paulo e Nova York, as duas cidades onde reside, mas não é difícil encontrar no seu passaporte, que já recebeu até um anexo, carimbos para entrar em lugares como Índia, Marrocos, Aruba, Milão, Londres. A menina é cidadã do mundo, mas seu coração está onde é seu lar de verdade: em Florianópolis. “Quando eu morava lá não sabia o quanto aquela ilha era maravilhosa. Tive que ir para um monte de lugares para ver que Floripa é o melhor lugar do mundo”, se empolga.
É lá onde mora ainda a família de Eliza. Os pais de quem essa canceriana, que se afirma uma garota caseira e família, se orgulha e em quem ela se espelha. “Eles são uma família exemplar, já são casados há 30 anos”, fala a menina que sonha com o mesmo para si. No caminho dos candidatos está o compromisso dela com o trabalho. “Estou namorando meu trabalho agora”, explica. “Não sei o que é férias desde os 16 anos. Tenho uma vida imprevisível que não me permite planejar. Não tenho rotina e isso me fascina.” Já faz nove anos que ela está nessa labuta. Foi quando era apenas uma colegial que encantou um olheiro de agência que foi bater à sua porta determinado a levá-la para trabalhar em São Paulo.
Kama Sutra
Menina de idade, o trabalho a fez adulta por conseqüência. Mas só o tempo completou a obra. Curiosa, saciou seu desejo em descobertas sexuais já aos 15 anos, com o namoradinho da época. Tudo muito direito. Mas levou mais tempo para explorar realmente sua sexualidade. “Não foi tão bom, até porque é difícil a primeira vez ser boa”, reflete. “Hoje já sei bem do que gosto. Tenho uma coleção de livros do Kama Sutra e leio bastante sobre o assunto. Mas sou nova e há muitas outras experiências ainda por vir.” Uma delas é exatamente esta que você testemunha nestas páginas. É necessário muito conforto com seu corpo, sua personalidade e sua sexualidade para se mostrar como ela faz neste ensaio. “Me sinto mais mulher, mais madura”, afirma. “Gosto muito do Duran e achei que era o momento para fazer. O ensaio foi lindo, uma simbiose total.” O resultado fala por si mesmo e só aumenta o número das pessoas que não dizem não à garota. “O legal é mostrar a Eliza como você nunca viu. Tirei a roupa como nunca. É uma coisa nova, uma surpresa.”
Mais uma canção para aumentar o desejo que a moça já inspira. Sereia que é, já está acostumada com o assédio e sabe escapar dos marinheiros mais afoitos. “Tem que saber sair de uma cantada, mas às vezes os homens são inconvenientes, eles são piores que as mulheres”, reclama. “No meu aniversário, um cara atravessou a área reservada e passou a mão na minha bunda, foi muito desagradável.” Por sua profissão e por sua beleza, Eliza vive constantemente com o desejo alheio. “Num desfile, as mulheres inconscientemente querem ter e ser o que a gente veste”, explica. “Ser desejada é muito bom, ouvir que você é linda, mas tem que saber que é uma vida de glamour, não é real.” Difícil não ser inspirado pelo desejo que esta sereia de Florianópolis desperta. E, vendo as fotos deste ensaio, dá para saber que as águas são tranqüilas e não vai haver naufrágio. A beleza dessa menina é o melhor argumento, afinal de contas, para que dizer não?