por Redação

Ilhas Fiji e Califórnia a duras penas

A princípio os médicos o desenganaram. Mais tarde desacreditaram que ele voltaria do coma. Mais um tempo e diziam que ele não voltaria a andar, a falar e a enxergar. Agora, passados 10 meses, quatro deles em coma, Alexandre Freitas, 41, já faz tudo isso, com muita dificuldade e limitação, mas os médicos só dizem que não podem prever até onde ele pode chegar.

O drama de Alexandre começou durante o Eco Challenge, em Fiji, para muitos a mais dura corrida de aventura já disputada. Tudo indica que algum alimento que ele consumiu durante a prova de 500 quilômetros - que sua equipe EMA completou em 8 dias, 6 horas e 16 minutos - estava contaminado por um parasita.

Normalmente o resultado dessa ingestão seria uma diarréia. No seu caso, único registrado no mundo, devido à baixa resistência em que se encontrava, o parasita foi parar na corrente sanguínea. Ainda durante a prova, passou muito mal, mas foi até o fim. Três dias depois, o que seriam umas férias com a mulher na Austrália virou um pesadelo hospitalar.

Após dois meses, ainda em coma, Alexandre voltou para o Brasil em um jato UTI direto para o Einstein. Atualmente, em casa, faz fisioterapia, fonoaudiologia e, com a memória recobrada e sua característica determinação, só fala em ficar bom. Sua primeira entrevista depois do acidente está na revista "Trip" deste mês.

Diz que "a morte passou muito perto" e que só está vivo porque sempre praticou muito esporte. Fala sobre o futuro da EMA - Expedição Mata Atlântica - principal prova de raly humano realizada no país, da mudança da sua relação com Deus, da família e assume total responsabilidade pela situação em que se encontra e, principalmente, que vai vencer.

A maratona Badwater - 230 quilômetros no deserto californiano - é considerada uma das corridas mais penosas do mundo. Não só pela distância, mas por começar abaixo do nível do mar, se estender até 8 mil pés de altura e ser realizada no deserto americano durante o verão quando as temperaturas chegam facilmente aos 45 graus.

Tudo começou, como sempre acontece nesses casos, quando um grupo de amigos desafiou o americano Al Arnold a correr do Death Valley, um ponto que fica 200 pés abaixo do nível do mar, ao topo do monte Whitney, 8.000 pés acima do nível do mar, em 1977. Arnold completou o percurso, mas foi se arrastando e levou vários dias.

No ano seguinte, ele voltaria, dessa vez acompanhado por mais alguns amigos. E assim foi até que, em 1988, a Hi-Tec resolveu investir na prova e deu a ela o nome de Badwater.

Desde então, o número de alucinados que se propõem a percorrer o trajeto vem aumentando, e este ano, entre os 73 participantes, o vencedor, pela primeira vez, foi uma mulher. Depois de 28 horas e 26 minutos, Pamela Reed, 42, cruzou a reta final, para perplexidade dos organizadores. Dean Karnazes, 40, foi o segundo colocado, 25 minutos atrás de Pamela. O brasileiro Sérgio Cordeiro, 49, que corria pela primeira vez o Badwater, chegou na 11ª posição, depois de 40 horas. Arthur Webb, 61, foi o último a chegar - 95 horas, ou quase quatro dias, depois de largar. A prova rolou na última semana de julho.

NOTAS

SURFE - WQS

O carioca Raoni Monteiro venceu a etapa de seis estrelas no Japão e saltou para o sétimo lugar no ranking que classifica 15 atletas para a elite mundial de 2004. Em segundo ficou Paulo Moura.

SKATE

Alexandre Vianna e representantes da Confederação Brasileira estiveram com o Ministro do Esporte Agnelo Queiroz. Levaram uma pesquisa Datafolha indicando em 2,7 mi o número de skatistas no Brasil.

QUEBROU A CARA

Pobrezinha, a atriz e surfista Cameron Diaz quebrou o nariz surfando em Waikiki, Havaí, onde estava comemorando seus 31 anos. E só lamentou não poder mais surfar nos próximos dias.

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