De pé e crescendo

por Carlos Sarli

O stand up paddle, modalidade de surfe que ganhou força nesta década, terá seu primeiro Mundial.


Onde quer que haja ondas de qualidade haverá surfistas. O crescimento de praticantes e o acesso cada vez mais facilitado levam o “crowd” até as mais remotas ondas do planeta.


E olha que investir tempo e dinheiro para desfrutar do surfe em ondas desertas é privilégio de poucos. A esmagadora maioria tem de se contentar com as ondas mais perto de casa e dividi-las com dezenas, centenas.


Compartilhar o que a natureza oferece com certa escassez não é fácil. O surfe é um esporte individual e o prazer de deslizar nas paredes em movimento nos torna mais egoísta. E, como já havia acontecido com o bodyboard e o longboard, uma nova modalidade vem se estabelecendo nas arrebentações e ocupando o já disputado espaço: o stand up paddle (SUP).


O esporte surgiu há muito tempo, no Havaí, com surfistas de longboard usando remo de canoa havaiana. Nas marolas de Waikiki ou fazendo pequenas travessias, a brincadeira ficou restrita a poucos durante anos.


No início desta década, quando nomes consagrados como Laird Hamilton e Dave Kalama adotaram a modalidade, inclusive descendo ondas grandes, a coisa ficou séria e se tornou conhecida mundialmente. A partir daí, a evolução dos equipamentos e do número de praticantes foi rápida.


Esta semana, o anúncio da realização do primeiro Mundial de Stand UP Paddle, feito pela International Surfing Association, evidencia que a modalidade veio para ficar. A ISA se apressou em lançar o evento mesmo sem data e local definidos e agora estimula os países filiados a se candidatar como sede.


A popularização do SUP só não é maior porque o tamanho e o peso do equipamento não ajudam, embora venham reduzindo, e o início, até aprender a remar com agilidade a ponto de descer ondas, não é moleza.
Mas, como quem pratica está cada vez mais entusiasmado com a modalidade, só resta aos surfistas de pranchinha se adaptarem com os novos companheiros de arrebentação ou adotar o SUP, também visto como um bom complemento para o surfe regular, especialmente nos dias de ondas pequenas.

SALVADOR DO SURFE PRO
Assim o brasileiro Manoziul, responsável pela informatização dos resultados e pela transmissão ao vivo por web dos campeonatos da ASP, é chamado em entrevista a C.J. Hobgood no site da ESPN.
 
BRASILEIRO DE SURFE
Prova em Salvador, BA, é a segunda do ano e a de número 50 do SuperSurf. Neco Padaratz, recuperado de lesão, venceu as triagens ontem.
 
MUNDIAL DE SURFE – WQS
Prova em Arica, Chile, é de apenas três estrelas, mas atrai pela qualidade das ondas. Ontem havia tubos perfeitos de até três metros.

 

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