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Por Alê Youssef

em 2 de maio de 2009

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Mais um texto sobre a distância entre as pessoas e a política. Agora, Eliane Catenhêde em sua coluna na Folha de S.Paulo, toca no assunto da quase nula renovação e da falta de interesse de profissionais brilhantes e jovens bem intencionados para a atividade parlamentar.

Considero um bom sinal tantos textos e opiniões a esse respeito. Talvez isso seja um estímulo para aqueles que nutrem uma vocação política se aventurarem. A exposição da falta de renovação e dos escândalos pode gerar uma situação de voto pela mundança no congresso nacional. Esse clima pode ajudar a eleger os novatos que não tem esquemão pra se eleger. Devemos continuar falando nesse assunto!

Coluna abaixo:

ELIANE CANTANHÊDE

O(a) último(a) apague a luz

BRASÍLIA – Quanto mais escândalos o Congresso produz, menor a chance de renovação dos quadros políticos. Quanto menos renovação, maior é a chance de escândalos. E “la nave va” -para o fundo.
Um dos maiores problemas, entre tantos, é a dificuldade crescente de atrair jovens bem intencionados, professores consequentes e profissionais brilhantes para a atividade parlamentar. Você conhece algum que anda esfregando as mãos para entrar na política? Duvido.
Do jeito que a coisa vai, o drama imediato nem é atrair novos quadros, é segurar os poucos que já chegaram. Como Manuela d’Ávila (PC do B-RS), 27, a mais votada dos 31 deputados gaúchos e das 45 deputadas federais. Um arejamento do Congresso e da política, não só por ser mulher, jovem e bonita.
E como ela está? Com crise de identidade parlamentar. Passa os dias discutindo crise econômica e vai dormir com o escândalo mais fresco: agora, o da empresa fantasma do diretorzão do Senado. Dorme desencantada com a política, acorda, lava a cara com água fria e segue na arena. O lado positivo do tsunami, segundo ela: “O povo sabe cada vez mais das coisas e fiscaliza”.
O negativo: “A generalização desmoraliza o Legislativo e afasta novos talentos”. Ao passar pela foto do professor Florestan Fernandes, numa comissão da Câmara, pensou: “Onde estão os Florestan Fernandes? Por que não estão aqui?”. Uma das respostas óbvias: ninguém quer se “misturar”.
E por que nadar contra a corrente? Ela responde ostentando uma vitória sua, quase um troféu: a lei do estágio. “Tem dias em que a vontade de jogar a toalha é imensa. Em outros, é muito gratificante saber que a gente pode mobilizar, vencer, aprovar um projeto de interesse da sociedade.” E racionaliza: “Se os bons se omitem, os maus tomam conta de vez”. Se é que já não tomaram…
Em resumo: resistir é preciso, mas está difícil. Até quando?

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