Comércio fóssil

por Jonas Mourilhe

Chapelaria do seu Almir, no Rio, resiste à tecnologia com muita classe



    Fundada em 1880, época em que todos os homens usavam chapéus, a Chapelaria Port ? rua Senador Pompeu, 114, loja 3, centro do Rio de Janeiro ? teve uma lista de fregueses invejável. Chacrinha, Getúlio Vargas, Paulinho da Viola, Zé Ketti, Moreira da Silva e outras cabeças já foram medidas pelo seu Almir, que herdou a chapelaria do pai em 1968. Moda vai, moda vem e o chapéu caiu em desuso. A chapelaria, que antes contava com 16 funcionários, agora conta apenas com o dono: ?Enquanto estiver com saúde, vou continuar aqui?.
Seu Almir garante que só não fechou as portas para manter a tradição. O equipamento de trabalho ainda é da época do avô. O único sinal de civilização é uma velha TV e um ventilador. ?No Rio só existem três chapelarias, mas esta é a única casa que lava e enforma?, gaba-se o chapeleiro maluco. (Jonas Mourilhe)
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