Sentidos e Sentimentos
De verdade acredito que buscamos nos colocar no ritmo da vida, lá no íntimo de nossos sentidos e sentimentos.
Nossos ambientes sociais e naturais, o estar-junto ao outro é cada vez mais provocante e excitante. Tudo nos desafia a nos despirmos de nossas verdades absolutas para estarmos abertos ao novo que agora é uma realidade constante.
De fato, tudo esta sendo inaugurado; as percepções mudaram, as maneiras de nos encontrarmos com os outros mudou. Shopping Centers cada vez maiores e mais movimentados; reality shows em cada canal de tv; Lan house, play station e jogos eletrônicos que suprimem a realidade; a maior parada gay do mundo em termos de participação; corpos cada vez mais desenhados por tatuagens; piercings atravessando peles nos locais mais improváveis; grafites alterando toda paisagem de concreto cinza; internet com seus vastos sistemas de comunicação, you tube; Orkut; Google; sites; blogs nos convocando a sensibilidades diversas e completamente inaugurais.
E ai também vai se findando nossas idolatrias à razão que resolveria tudo e acabou complicando mais ainda e à idéia de progresso vertical. Tudo parece que é como tem que ser. A cada passo a realidade se estabelece como uma sombra a mudar de acordo com a movimentação da luz (as chuvas de janeiro alteraram completamente a vida do paulistano, por exemplo).
Estamos agora atrás de sentimentos do cotidiano, de uma lógica instintiva e de uma compreensão da vida que passe pelos nossos afetos. Penso que passamos por um processo necessário de aproximação às pessoas a partir da intuição de que os nossos sentidos e sentimentos são parte fundamental do processo. Provavelmente seremos mais despojados e descontraídos; teremos mais chances de vivermos momentos agradáveis. É tudo que se pode esperar. Parar de chover tanto em fevereiro seria ótimo também.
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Luiz Mendes
03/02/2010.