Por Redação
em 21 de setembro de 2005
O número de surfistas no planeta já se conta aos milhões, mas, quando o mar sobe e passa dos 20 pés, essa quantidade se reduz para algumas centenas; quando vai além e passa dos 30 pés, a algumas poucas dezenas; e, quando ondas com mais de 40 pés quebram nos raros lugares que suportam essas condições, aí realmente poucos têm competência para desafiá-las.
Quando essa idéia foi originalmente concebida, o que hoje se conta aos milhões não passava da casa do milhar, o tamanho máximo proposto ficava nos 30 pés e se contava nas mãos os habilitados a tais ondas. A evolução do esporte tratou de redimensionar os dados.
Na grande abertura da temporada de ondas grandes que vai chegando ao fim, no dia 26 de novembro, o melhor-maior-dia até aqui, o crowd em Jaws, Maui, Havaí, era intenso. No auge, 15 jet skis manobravam no line up, ou seja, 30 surfistas se revezando na disputa de montanhas de água que atingiam a marca dos 60 pés.
A situação levou o local Darrick Doerner a praguejar e alertar. Segundo Doerner, que faz dupla com ninguém menos que Laird Hamilton, a maioria dos presentes não estaria lá não fosse pelo reboque, e que isso não é ser big rider. Disse ainda que viu diversas situações muito perigosas e que deixou de resgatar um surfista que parecia seriamente machucado, porque está na hora de eles perceberem com o que estão lidando.
Nesse dia, três jet skis foram destruídos nas pedras, mas, apesar dos diversos sustos e algumas contusões, nenhum acidente mais sério ocorreu. O dia ficou registrado mesmo pelo desempenho muito superior de Hamilton, tubos impressionantes como o de Ross Clarke-Jones, que convenceu Kelly Slater a participar da sessão, e por uma onda de Makua Rothman, de apenas 18 anos, que entrou para a superseleta lista das maiores de todos os tempos, composta por Ken Bradshaw em Outer Logs, Mike Parsons em Cortes e Carlos Burle em Maverick´s.
Esse início de inverno, bombado pelo El Niño, criou uma grande expectativa em torno das provas de ondas grandes. Embora a modalidade seja restrita a poucos, ela foi a que mais se desenvolveu tecnicamente nos últimos anos ? especialmente com a introdução dos jet skis ?, somente os melhores são convidados para as provas e com prêmios respeitáveis, o mundo do surfe pára para assistir.
Mas quem esperou por elas ficou a ver navios. O cancelamento do Men Who Ride Mountains, cujo patrocinador, a Quiksilver, preferiu priorizar o The Quiksilver in Memory of Eddie Aikau, no Havaí, mais tradicional e que acabava conflitando com a prova californiana, foi o começo. O final coincide com o término do período de espera, no último dia 28, do Eddie e da Tow In World Cup.
No ano passado, apesar do acordo entre os organizadores, as duas provas acabaram acontecendo no mesmo dia, dividindo os atletas convidados em ambas. Kelly Slater venceu em Waimea, coroando sua vitoriosa carreira, mas a prova de Jaws com as maiores ondas registradas em uma competição roubou a cena.
O inverno segue no hemisfério norte e ninguém está reclamando da consistência e da qualidade das ondas na temporada, especialmente no Havaí. Mas a esperança depositada nas condições climáticas associada ao nível de exigência estabelecido pelos organizadores acabaram frustrando a todos.
Bom começo
Ao menos para Neco Padaratz a abertura do Mundial foi positiva. Ele ficou em quinto na prova disputada na Austrália e vencida por Dean Morrison seguido por Mark Occhilupo, e já está de volta ao Brasil para negociar patrocínio. No feminino, Jacque Silva ficou em terceiro.
Tubarão
Como no filme, preocupados com as repercussões, as autoridades negam, mas há indícios de que Geilson Bezerra, 13, tenha sido atacado na perna enquanto surfava em Guaratuba, Bertioga. Pescadores afirmam terem capturado alguns próximos da orla nas últimas semanas.
Iatos ? Feira de aventura
A maior feira do gênero aconteceu em Chicago (EUA), na semana passada, e reuniu 500 expositores de 78 países. Reconhecida pelas palestras e organização, é realizada há 13 anos.
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