Cara, cadê teu carro?

por Millos Kaiser
Trip #211

Mandamos a seção Drive in para a revisão e revelamos a nossos leitores quem é Luiz Guedes

Mandamos a seção Drive in para a revisão e revelamos a nossos leitores quem é Luiz Guedes, o jornalista responsável. Pasmem: nosso especialista em automóveis antigos, na verdade, é jovem e só anda de bike

Luiz Guedes assina esta seção, Drive In, desde maio de 2008. Sinal dos tempos: o conhecemos e com ele tratávamos apenas por e-mail, e imaginávamos que aquele especialista em carros raros era um pacato senhor de meia-idade, possivelmente fora de forma e com vários modelos impecavelmente dispostos em sua garagem.

Erramos feio.

O cara que chegou aqui tinha 32 anos, uma baita pinta de surfista e estava de... bicicleta! Guedes, como todos o chamam, é um ciclista. Mais que isso, é um defensor do uso da magrela. Tem cinco em casa. Carro, somente um – um franciscano Ford Fiesta 1.0, que raramente sai da garagem. “Sou muito acelerado. Quando dirigia, fazia muita besteira, levava muita multa. Um tempo atrás resolvi desacelerar a vida”, explica. Com 32 anos, Guedes pedala desde os 17. “Não existia esse movimento político de hoje em prol da bike. Comecei a andar porque era mais prático. Não me considero militante. Cada um tem que fazer o que é melhor para a sua vida”, acredita.

Nova onda
Hoje morna, a relação de Guedes com os carros começou cedo. Seu sonho era fazer engenharia para aprender a desenhar máquinas como as que via zunindo nas manhãs de domingo, nos Grandes Prêmios de Fórmula 1 transmitidos na TV. “Mais tarde comecei a frequentar os autódromos e conheci os jornalistas que sempre li. Achei o máximo ganhar a vida falando sobre corrida.” E foi o que ele fez, antes mesmo de entrar na faculdade de jornalismo, escrevendo para revistas e jornais especializados.

Mas seu plano logo derrapou. “O jornalismo de automóvel é muito vendido. Se você vai em um lançamento e diz a verdade, que o carro tem muito plástico, faz barulho etc., você não é chamado para o próximo”, dedura. “Por isso”, completa, “atualmente só escrevo sobre carro velho. Estou totalmente por fora dos lançamentos e das corridas.”

A frustração o fez tomar outra rota, a do jornalismo freelancer. “Hoje trabalho apenas o necessário para levar a vida que gosto.” E que vida é essa? “Surfar de manhã. Comecei há 1 ano e já sou viciado. Aprendi sozinho, comprei uma prancha assim que meus pais adquiriram uma casa na praia. Virou minha meditação.”

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