por Redação

Em turnê pelo Brasil, John McCrea, líder do grupo, fala à Trip

Seis anos depois de tocar no extinto Free Jazz Festival, os californianos do Cake voltam ao Brasil para uma maratona de shows. Até sábado, o grupo passa por Porto Alegre, Goiânia, São Paulo e Curitiba. Com sua fusão de funk, hip-hop, country, new wave, pop e jazz, o Cake ficou conhecido nos EUA na metade dos anos 90 com os hits Never There e I Will Survive, regravação do sucesso da Gloria Gaynor. Há 13 anos na estrada e com cinco álbuns lançados, o grupo divulga no Brasil seu último disco, Pressure Chief. Mas o repertório do show não deve ficar restrito ao novo álbum. Antes de embarcar para o Brasil, John McCrea, vocalista e compositor do grupo, falou com a Trip. Na entrevista, ele ressalta sua admiração por Tom Zé, que participou em 99 do show do grupo em SP, e ainda comenta o entrosamento da banda, sua relação com a nova cena musical nova iorquina e revela a origem do nome do grupo.

[Entrevista a Filipe Luna]

O que você lembra da última vez que esteve no Brasil?
A gente se divertiu muito. O Brasil é um dos nossos países favoritos para tocar. Tivemos a chance de conhecer Tom Zé, o que foi muito interessante.

Você conhecia o trabalho dele?
Sim, adoro o trabalho dele. Escuto Tom Zé há uns dez anos. Foi uma grande honra conhecê-lo.

O que você achou de São Paulo?
É a maior cidade que já vi. Ela não acaba. É enorme. Não conseguia acreditar como a cidade era grande. As dinâmicas socio-econômicas entre ricos e pobres parece brutal. Mas ao mesmo tempo tive a impressão de que muitas pessoas eram felizes. Tenho certeza de que isso não é verdade, mas tive essa impressão.

O que devemos esperar para esse novo show?
Se você só escutou nossas gravações em disco, vai ouvir uma coisa um pouco mais alta, mais viva, mais bagunçada. Um pouco mais energética e menos perfeita. Se você nos viu da última vez que estivemos no Brasil, acho que a banda vai soar melhor ao vivo desta vez. Ela está mais sólida, como uma pedra atravessando uma janela ? antes era como areia batendo na janela.Todas as partes da banda estão mais amarradas porque estamos tocando juntos há mais tempo.

O fato de a banda estar tocando mais alto e de forma mais viva agora tem a ver com as ligações que você tem com a nova cena musical de Nova York, com bandas como !!! e Out Hud? O som deles é uma influência pra você?
Não acho que essas bandas sejam uma influência pra gente, mas penso que somos influenciados por algumas coisas parecidas. Costumava tocar com Tyler [Pope] que é guitarrista nessas duas bandas. Ele também toca baixo numa outra grande banda chamada LCD Soundsystem [que tocou em São Paulo no fim de 2004]. Adoro eles. Músicos falam entre si de coisas que os influenciam e fazem mixtapes uns para os outros. Tyler e eu fazemos fitas um para o outro há muito tempo.

Seria esse o tipo de música que você tem escutado agora?
Sim. Quero dizer, adoro dance music, mas não há nenhum tipo de música que eu não goste de ouvir. Realmente gosto de tudo. Sou amigo de um artista de country chamado Buck Owens. Ele é ótimo e muito diferente de Out Hud. Não há nenhum gênero de música que seja necessariamente ruim, apenas existe gente que não trabalha o suficiente, qualquer que seja o gênero.

Vocês fizeram muitos shows beneficentes e para ONGs. Você acha que eventos como o Live 8 podem fazer alguma diferença?
Claro. Mesmo que seja só para falar. Pelo menos as pessoas estão abordando o assunto. Elas falam primeiro, a ação vem depois. Tem algumas pessoas moderninhas e cínicas que escreveram artigos contra o evento, mas eu apenas penso: Fodam-se! Pelo menos as pessoas estão falando no assunto.

Você tem uma receita de bolo favorita?
Não gosto muito desse tipo de comida. Na verdade, demos o nome da banda de Cake por causa do verbo[to] cake, que significa em inglês que algo está congelado no seu sapato, como quando a lama endurece no seu sapato. Embora seja interessante que as pessoas interpretem nosso nome da maneira que quiserem, nossa intenção foi diferente. Mas eu gosto bastante de bolo de limão.

Vai lá:

Porto Alegre
Quando:
quarta-feira, 03, às 23 h
Onde: bar Opinião [r. José do Patrocínio 834, Cidade Baixa ? Tel.: 51 3299-0900 ? Porto Alegre/RS]
Quanto: R$ 50 [primeiras 500 pessoas]

Goiânia
Quando:
quinta-feira, 04, às 22 h
Onde: autódromo internacional de Goiânia ? Tel.: 62 281-0491
Quanto: R$ 35

São Paulo
Quando:
sexta-feira, 05, à 0 h
Onde: hotel Unique [av. Brigadeiro Luís Antônio, 4700 ? Tel.: 11 6846-6000 ? São Paulo]
Quanto: pista R$ 120 e área VIP R$ 300

Curitiba
Quando:
sábado, 06, à 1 h
Onde: Curitiba Master Hall [r. Itajubá, 143 ? Tel.: 41 3248-1001 ? Curitiba/PR]
Quanto: R$ 80 [com meia-entrada para estudantes, idosos e para quem doar 1 kg de alimento não perecível, com exceção de sal, açúcar e fubá]

 
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