A fotógrafa Cacá Strina pedalou sozinha os 3.900 quilômetros da histórica rodovia norte-americana Route 66
A fotógrafa Cacá Strina, 35 anos, começou a levar a bicicleta mais a sério em 2012, quando atravessou a Espanha pedalando sozinha. Não tinha nenhuma experiência em viagens de bicicleta, mas viveu 44 dias reveladores. “Foi minha primeira cicloviagem e foi maravilhosa. Onde tudo começou. Realmente mudou minha vida”, diz ela.
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Cacá então nunca mais largou a bike. Pedalou por Urubici e Florianópolis, em Santa Catarina, na Chapada Diamantina, na Bahia, e no Jalapão, no Tocantins. Mas foi no mês passado que ela se lançou em sua maior aventura: pedalar os 3.900 quilômetros da histórica rodovia norte-americana Route 66. “Ainda estou processando, não faz nem uma semana que voltei. Foi um sonho muito difícil de realizar, em todos os sentidos. No início tive muitos imprevistos e a viagem quase não rolou. Eu já tinha o patrocínio, o motor-home e a bike, mas não tinha o câmera e não podia esperar mais por causa da janela climática, ou então teria que adiar a viagem para maio do ano que vem”, conta ela, que vai transformar a experiência em um documentário que pretende resgatar um pouco da história e da cultura da famosa rota dos EUA.
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Cacá realizou treinos físicos intensos por nove meses antes de embarcar e ainda precisou trabalhar o psicológico, a insegurança e o medo. “A Route 66 é um exercício de investigação, muitas vezes ela some sem deixar vestígios e boa parte foi substituída pelas grandes interestaduais. Não é uma viagem para amadores e se engana quem acha que os fortes levam vantagem. Pedalar ali exige paciência. As distâncias são grandes e a paisagem muda sutilmente”, explica ela, que fez entre 100 e 160 quilômetros durante 32 dias, com o vento contra do oceano Pacífico batendo em sua cara.
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“Fora os perrengues do motor-home, logísticas, polícia me tirando da estrada e a violência dos caminhões passando por mim. Foi, sem dúvida, a maior loucura da minha vida. Ainda bem que eu levei um câmera para poder crer com meus próprios olhos quando o documentário ficar pronto. Ainda é difícil acreditar!”
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