Família ciclista usa o carro para cuidar dos negócios, viabilizar treinos diários e conta como a tecnologia a libertou
Eram 6 da manhã de uma quarta-feira quando nos encontramos com os empresários Bruno e Carlo Caruso em um restaurante de beira de estrada a 60 quilômetros de São Paulo. Chegamos e os dois estavam comendo um pão na chapa e tomando uma xícara de café.
Lá fora o sol tentava dar as caras, ainda que uma garoa fina duelasse com ele. Bruno, 61, e Carlo, 29, estavam saindo para o pedal do dia, um hábito do qual pai e filho compartilham desde 2014, quando incluíram a bicicleta em suas rotinas.
“Sempre trabalhei muito, muito”, diz Bruno referindo-se à empresa do setor de metalurgia que comanda. “E, embora fizesse esportes nos fins de semana, acabei pagando essa conta com minha saúde.”
Os problemas de estresse e o corpo que engordava faziam com que ele ficasse a cada dia mais tenso. “A bike trouxe esse contato com a endorfina, com a natureza. Emagreci 18 quilos, mudei a forma de viver, de me relacionar, de me alimentar. E não é que os problemas desapareceram, eles estão ali, mas agora lido com eles de outra maneira.”
Sem a atual fartura tecnológica nada disso seria possível porque Bruno não teria a chance de seguir gerindo a empresa remotamente. “A tecnologia me dá as condições de eu estar aqui agora e cuidar dos negócios ao mesmo tempo. Há 10 anos seria impossível vir pedalar na estrada durante um dia da semana”, diz colocando o capacete para começar as duas horas de pedal. “Pedalar não é muito diferente de gerir uma empresa. Envolve sonhar, vencer desafios, ter disciplina e ser resiliente.”
A paixão deu vida à Vélo48, uma loja-conceito de bicicleta que fica na região da Faria Lima, em São Paulo, e é também oficina, café e restaurante. “É um clube de ciclismo, que virou loja e que está virando estilo de vida”, diz Carlo que agora se prepara para encostar um pouco o carro no dia a dia e usar a bicicleta também comomeio de transporte. “A cidade mudou com as ciclofaixase hoje já é possível ver um certo convívio entremotoristas e ciclistas. Os escritórios ali na região daFaria Lima hoje começam a facilitar a vida do ciclista,colocando vestiários e chuveiros.”
Passava um pouco do meio-dia quando voltamos para a cidade no SUV Peugeot 2008 Crossway, e Carlo, no comando, explica o que sente pedalando ao lado do pai. “É sofrido porque ele está pedalando mais do que eu. Na real, é uma honra e um desafio porque quero chegar aos 60 com esse nível de pedal.”
Dentro do carro, enquanto pai e filho conversavam sobre a pedalada, cuidavam também de acertar o dia de trabalho. Escutaram mensagens pelo sistema de comunicação do Peugeot 2008 integrado ao celular e fizeram ligações sem precisar pegar o aparelho, apenas usando o comando de voz do painel. “Esse negócio de ter tudo conectado é muito bom”, disse Carlo. “A gente não precisa mais tirar a mão do volante para fazer nada e pode focar no trajeto e na segurança”, emendou referindo-se ao espelhamento dos aplicativos à central de mídia do carro, ferramenta criada para aumentar a praticidade e a segurança ao dirigir.
Quando chegamos à Vélo48, vendo o pai tirar a bicicleta do rack e sorrir, Carlo disse: “É incrível notar como mudou tudo nele: humor, disposição, relação com a gente, a forma como se veste. Ele nunca mais chegou bravo em casa; agora chega apenas cansado do treino. Fora que a gente passou a ter outros assuntos”.
Bruno escuta e concorda: “Sair do escritório, ter contato com o vento, com o sol, com a chuva. Essa é mesmo uma outra vida, e não tem volta”.