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Na estrada com Bituca

por Redação

O documentário “Milton Bituca Nascimento”, de Flavia Moraes, acompanha a turnê de despedida do cantor e fala com fãs como Spike Lee e Caetano Veloso para tentar explicar a dimensão de seu legado

Tem gente que chega pra ficar

Sua obra já foi chamada de MPB, jazz, rock e até folk. Mas a verdade é que Milton Nascimento não cabe em rótulos. E isso fica evidente nas duas horas que passamos ao lado do artista nos bastidores da turnê “A Última Sessão de Música”, que em 2022 percorreu Europa, Estados Unidos e terminou no Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte.

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Ponha fé na vida, ponha os pés no chão

Aos 80 anos, 60 deles vividos nos palcos, o cantor e compositor topou documentar cada passo de sua despedida. O filme de Flavia Moraes, que ela define como um “road movie”, também falou com os mais ilustres fãs de Milton para mergulhar na voz e na história de um dos maiores artistas do Brasil – e do mundo. A conclusão? Sua arte é para sentir, e não para explicar.

Amigo é coisa para se guardar

Não foi exatamente difícil encontrar quem quisesse falar sobre o cantor. Pelo contrário: personalidades como o cineasta norte-americano Spike Lee pediram para prestar sua homenagem no filme. Caetano Veloso, Gilberto Gil, Quincy Jones, Esperanza Spalding e outros tantos parceiros e admiradores completam a lista de entrevistados. A narração foi um presente da amiga Fernanda Montenegro.

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A canção segue a pedir por nós

O racismo que marcou sua trajetória ganha um capítulo especial no filme, que trata desde sua adoção por uma mulher branca até as barreiras que Bituca precisou romper para alcançar o merecido reconhecimento. Mano Brown, Criolo e Djonga compartilham suas visões sobre a importância de seu legado para todas as gerações que vieram depois.

Sonhos não envelhecem

Reprovado na juventude em uma aula de canto na escola, hoje seu trabalho é objeto de estudo em uma das instituições mais prestigiadas do mundo, a Berklee College of Music. Apesar da polêmica na última edição do Grammy, que o deixou de fora da área principal dos indicados, o reconhecimento internacional de seu trabalho é indiscutível. Não que ele dependa disso.

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A hora do encontro é também despedida

Cena a cena, entendemos que Milton Nascimento está além de troféus e rankings – e até mesmo de seu próprio talento. Ele é um pedaço do Brasil, um retrato da nossa cultura, e “Milton Bituca Nascimento” é um registro afetivo, uma despedida com alma e a celebração de uma grande obra. Ele deixa os palcos, mas sua música continua viva.

Milton Bituca Nascimento

Nos cinemas a partir de 20 de março

Brasil, 2025. Direção: Flavia Moraes. Com: Milton Nascimento, Chico Buarque e Gilberto Gil. 110 min. Classificação indicativa: 10 anos.

Créditos

Imagem principal: Reprodução / Divulgação

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