por Endrigo Chiri Braz

Depois de Paris e Londres, o grafiteiro conquista a América: Nova York sob ameaça!

As obras são boas o suficiente para estarem lá, então não vejo por que eu deveria esperar, assim escreveu Banksy, o grafiteiro mais pertinente e procurado da Inglaterra, depois de efetuar a intervenção de arte mais arrojada da história do graffiti mundial.

O próprio artista mandou as fotos e contou a peripécia para o Woostercollective.com, um site de arte de rua que tem colaboradores espalhados por todo o planeta. Esta ocasião histórica tem menos a ver com finalmente eu estar envolvido com as requintadas instituições de arte, e mais a ver com o uso judicial de um pedaço de papel com uma cola poderosa, desdenhou Banksy.

O dia D foi 13 de março de 2005, um domingo. A missão: expor sem autorização nos quatro principais museus de Nova York. O agente: um garotão nascido em Bristol, beirando os 30 anos, branco, alto e, na ocasião, vestido de capa preta, chapéu pescador e barba e nariz de mentira.

No melhor estilo Sherlock Holmes, como quem não quer nada, num rolê só ele colou uma obra de sua autoria em cada um dos museus. No The Brooklyn Museum, Banksy agregou uma pintura a óleo 61 x 46 cm [na página anterior]. O quadro da bela mulher usando máscara de gás foi escolhido pela auto-curadoria para o Metropolitan Museum of Art.

Para o Museum of Natural History, um besourão blindado armado até os dentes. E, para finalizar o ataque, arte moderna de verdade para o Modern Museum of Art. A estilosa lata de molho de tomate ornou o museu por longos cinco dias. A inspiração para o ato veio da irmã mais nova. Certo dia, ela estava jogando fora pilhas de fotos de graffitis, quando Banksy perguntou o porquê.

A garotinha respondeu: Ahhh, elas não vão estar expostas no Louvre mesmo. Sem querer, cutucou a ferida do irmão: Porque esperar até eu morrer?. Mesmo com a intensa atividade e extensa lista de intervenções inteligentes e polêmicas, ninguém sabe ao certo quem é Banksy. Qual a cara dele. O jornal londrino The Guardian certa vez arriscou publicar que o nome verdadeiro é Robert Banks. Mas isso ninguém sabe se é verdade. Banksy está num ponto em que a identidade é a própria sentença.

Curriculum vitae

Corriqueiramente, Banksy faz stencil nas áreas proibidas de Londres, incluindo os prédios históricos, carregados de crítica e deboche, como por exemplo: dois guardas se beijando. E tem uma certa fissura por pintar viaturas e táxis.

Pixou a frase Eu quero sair. Este lugar é muito frio. Cheira mal. Chato, chato, chato na parede da jaula do elefante do Zoológico de Londres.

Em abril de 2004, colou na parede do Museu de História Natural um Banksus Militus Ratus, um rato morto de óculos, com uma mochila, uma lata de spray e um microfone a la Silvio Santos.

Imprimiu 50 notas de 10 euros com o rosto da princesa Diana e distribuiu no aniversário de sua morte.

Em outubro de 2004, colou um quadro de tinta óleo na parede da Tate Britain. A pintura é uma bela paisagem interditada com uma fita policial.

Em julho de 2003, fez uma replica de O Pensador, de Rodin, com um cone de trânsito enfiado na cabeça numa estrada de Londres.

Trip +

Confira algumas obras exclusivas do Banksy no site do artista e nossa seleção de links abaixo:

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Créditos

Imagem principal: Steve Lazarides

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