Durante uma Copa as pessoas ficam mais em frente à TV? Não é bem assim...
Nesta Copa, menos televisores ficaram ligados durante os jogos da seleção brasileira. A média de aparelhos sintonizados na Grande São Paulo nos dois primeiros jogos do Brasil na Copa da Alemanha, em 2006, foi de 71%. Oito anos depois, as duas primeiras partidas da seleção no Mundial no Brasil totalizaram 57% de televisores ligados na região.
Nesses oito anos, a Globo perdeu 43% de sua audiência no jogo de estreia da seleção na Copa. Brasil e Croácia, em 2006, teve a marca de 65,7 pontos. Os mesmos Brasil e Croácia, jogando agora em 12 de junho de 2014, geraram 37,5 (cada ponto equivale a 65 mil domicílios na Grande São Paulo).
Onde, então, as pessoas passaram a ver as partidas, se não em casa? “Hoje existem outras maneiras de consumir o conteúdo da TV. Celulares, tablets, bares onde torcedores se reúnem pra assistir juntos. E isso o Ibope não consegue aferir”, comenta Daniel Castro, do site Notícias da TV, hospedado pelo UOL.
Mesmo com menos aparelhos ligados e perda de audiência, o que não muda é a hegemonia da Globo na transmissão do esporte.“A emissora construiu o padrão a que o brasileiro está acostumando, e tem ainda um sinal robusto no país inteiro”, opina Castro. Apesar disso, a Band divulgou que sua audiência foi 25% maior do que na competição na África do Sul, em 2010 (e a presença de José Luiz Datena entre os narradores dos jogos foi certamente uma das boas surpresas da emissora).
Nessa análise, também não dá para ignorar que, nos últimos quatro anos, cerca de 30 milhões de brasileiros passaram a ter acesso a canais pagos, segundo dados da Anatel. Com isso, a audiência da Copa na TV por assinatura triplicou em relação a outras edições do Mundial. De acordo com o Ibope, o primeiro jogo do Brasil foi visto por 7.337 milhões de assinantes em nove metrópoles brasileiras. Em 2010, a estreia da seleção tinha sido vista por 2,4 milhões de telespectadores desse universo.
O que continua igual é que a Copa derruba a audiência das emissoras que não têm os direitos de transmissão dos jogos. A Record teve no mês passado a pior média do ano: 3,6 pontos no dia do jogo de estreia da seleção, ficando em terceiro lugar – o SBT teve média de 4,1 pontos.