As estrelas dos X Games

por Redação

Meninas Superpoderosas

A paulistana Fabíola da Silva pode não ser muito conhecida por aqui, mas é um ícone para milhões de garotas norte-americanas. É que Fabíola, 24, foi a primeira mulher a competir com homens no agressive in-line skating, o patim in-line na rampa vertical, um dos esportes mais populares dos X Games. Com rotinas repletas de manobras aéreas, ela passa boa parte do tempo no ar e deixa o público sem ele.

Fabíola invadiu a praia dos rapazes quando os produtores dos jogos perceberam que sua superioridade nas competições femininas era tanta que tirá-la de lá seria a única solução. E hoje, entre os meninos, ela é top-ten, para delírio de adolescentes americanas, que têm seu poster no quarto e imitam sua maneira de andar, falar e se vestir. Mas Fabíola não é a única mulher a transcender o sexo em esportes competitivos.

Recentemente, a golfista Annika Sorenstam, a melhor do circuito mundial, entrou para a história como a primeira a disputar um campeonato profissional com homens, ao lado de atletas como Tiger Woods. No começo do ano, a jogadora canadense de hóquei sobre o gelo Hayley Wickenheiser não apenas foi selecionada para disputar o campeonato finlandês masculino, como marcou um gol em sua estréia.

Nossa Fabíola, que hoje mora na Califórnia, é heroína por lá. Na rampa vertical dos X Games de Los Angeles, disputado entre os dias 9 e 17 de agosto, ela ficou em 12º e não conseguiu se classificar para a final. Já na Women's Park, categoria em que compete com mulheres, ficou mais uma vez com a medalha de ouro. Mas isso não lhe tira o mérito, tampouco a fama. Recentemente, foi contratada para estrelar um comercial do refrigerante Mountain Dew em rede nacional de TV nos Estados Unidos. E é seu rosto que está espalhado por Los Angeles, em um dos cartazes que promovem os X Games.

A ESPN, responsável pelos jogos, encomendou uma pesquisa que revelou que 49% da população americana acima de 12 anos é fã de esportes radicais. Entre o grupo de 7 a 11, esportes extremos só perdem em popularidade para a NBA. 

Os esportes que fazem parte da grade dos X Games estão entre os que mais crescem nos Estados Unidos. Desde que os X Games foram lançados pela ESPN, em 1995, os dois esportes que mais crescem entre crianças de 7 anos e adolescentes de 17 são o skate e o snowboard, duas atividades básicas nos X Games: 87,5% e 55,6%, respectivamente.

Tony Hawk, o maior skatista de todos os tempos, encerrou sua carreira (pela segunda vez) com um espetacular 900º na rampa vertical durante os X Games de Los Angeles. Foi a terceira vez que o skatista executou com sucesso essa que é a manobra mais difícil do esporte.

O prefeito de Los Angeles disse ter ficado muito satisfeito com o resultado da realização dos X Games na cidade. Durante a algazarra radical, a metrópole estima ter girado mais de US$ 50 milhões na economia local. Além disso 109 mil espectadores lotaram o ginásio Staples Center, e a ESPN projeta superar os 63 milhões de telespectadores que teve com os X Games da Filadélfia, no ano passado.

NOTAS

LINDINHA

Quem também poderia competir com os homens é a snowboarder Isabel Clark, campeã brasileira desde que o torneio foi criado há nove anos. Terça-feira, em Valle Nevado, Chile, ela venceu o boardercross, na quarta, o slalom, e hoje disputa o half pipe. 

DOCINHO E FLORZINHA

As surfistas cearenses Silvana Lima (1º) e Tita Tavares (2º) dominaram o pódio da 11ª etapa do WQS, disputada em Lacanau, França. Lima superou a conterrânea por mínimos 0,04 ponto e Tita bateu o recorde de pontos no ano, 19,13 em 20 possíveis, na semifinal. 

E OS MENINOS... 

Ficaram em segundo nos X Games. Rodil de Araújo foi prata no Skate Park e no Skate Street, e Sandro Dias, no Skate Ramp Best Trick.

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