Trip foi conhecer de perto o maior colecionador brasileiro de Studebaker, lendária marca americana que fez história por 114 anos
por Filipe Marcel fotos Thais Rabay
Se um dia você passar por Campinas (SP) e bater o olho num Studebaker, certeza: o dono dele é o empresário Mário Ferretti, 60, considerado o maior incentivador da marca no país.
Outra coisa que você vai perceber: o carro não estará à venda. Para o empresário o Studebaker não tem preço. A marca surgiu em 1852, em Indiana, nos Estados Unidos. Começou como uma fábrica de carruagens, depois passou a produzir veículos elétricos (Thomas Edison teve um) e, em 1904, entrou no mercado dos motores movidos a gasolina. A montadora fechou em 1966. Já a paixão de Mário pelo modelo começou há 15 anos e sua história parece não ter fim.
Na garagem de sua casa, ele mantém uma coleção que foi adquirida aos poucos, com um trabalhoso processo de restauração. Proprietários de Studebakers de Brasília, Pernambuco, Minas Gerais e outros lugares nem tão conhecidos venderam suas preciosidades para Mário sem sequer olhar para o lado.
Isso porque não tinham mais como cuidar delas e confiavam plenamente que o colecionador manteria viva a lendária marca. “Se depender de mim, o Studebaker nunca acabará. Penso até em montar um museu”, entrega.
Quando conversou com a Trip, o empresário, de cabelos brancos e olhar sereno, chegou dirigindo seu Stud predileto – uma caminhonete impecável, reformada em 2003 (foto) – e acabou revelando mais que o criativo porta-malas localizado na parte de trás da caçamba: no ronco alto do motor e na pisada funda percebe-se que Studebaker e Mário Ferretti têm tudo para entrar na história juntos.