Mesmo e Sempre
Tornou-se escravo da rotina
Fazia sempre as mesmas coisas.
Acordava sempre no mesmo horário,
Tomava o mesmo tipo de café
E comia o sempre o pão da mesma padaria.
Passeava com o cão no mesmo horário
Seguindo sempre o mesmo trajeto.
Tinha mania de vestir o mesmo tipo
De roupa, cor e marca.
Não conversava com quem não conhecia
Não se arriscava a novas relações.
Pegava o mesmo ônibus
No mesmo horário de sempre.
Cumprimentava a todos com o mesmo
Sorriso hipócrita de sempre.
Trabalhava com a mesma
Monotonia de todos os dias
Em casa beijava com a mesma boca de sempre
Esta morrendo e, como sempre
Ele mesmo não sabia.
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Luiz Mendes
29/06/2012.