A nova droga de J.J. Abrams

por Cirilo Dias

O criador de Lost mostra em nova série que sua mente é perturbada e maquiavélica demais para caber apenas em uma ilha

Marcado para estrear oficialmente no dia 9 de setembro, Fringe, a nova série do criador de Lost, J. J. Abrams, escapuliu na internet. O episódio piloto tem duração de 1h21min e consegue deixar você com várias pulgas atrás da orelha, de tão recheado que é dos ingredientes favoritos de Abrams: conspiração, suspense e experimentos científicos.

Se você ainda não assistiu, problema seu. E, já que faz mais de uma semana que a série está circulando na internet, vou contar o que acontece. Ninguém mandou não correr atrás e assistir antes.

Para você tentar entender Fringe, sugiro que leia a reportagem-imersão de Bruno Torturra Nogueira no 1º Fórum Mundial de Psicodelia, pois é uma mistura desses e outros elementos, que resultam em uma química impossível de ser experimentada e que bate forte. Vamos ao piloto.

O episódio começa dentro de um avião em meio a uma forte turbulência, onde um passageiro extremamente transtornado aplica algo em seu corpo que acaba se alastrando pelo avião e derretendo todos. Ao pousar no aeroporto de Boston, os agentes do FBI Olivia Dunham (Anna Torv) e John Scott (Mark Valley) são chamados para investigar o misterioso caso.

Amantes secretos, Olivia e Scott conseguem chegar ao culpado da morte dos passageiros, mas durante uma perseguição o agente acaba sendo contaminado pelo “vírus derretedor de gente” em uma explosão, para desespero da amante, que usa todas as suas forças e influências para salvar o amado.

É a partir daí que a trama começa a dar nós na cabeça do telespectador. Olivia utiliza de pesquisas obscuras ministradas pelo cientista dr. Walter Bishop, especialista em Fringe Science (ramo da ciência que estuda o que não pode ser provado ou justificado), para se conectar ao cérebro de seu amante em coma, utilizando doses de drogas psicotrópicas e eletrodos para sincronizar as ondas cerebrais e, assim, trocar uma idéia com John, em um sonho lúcido.

Loucura demais? Sim, e mais um pouco. Pois, além dessa viagem, existem megacorporações, alusões a Arquivo X e outros elementos capazes de tornar Fringe algo extremamente perigoso e viciante. Tem até um ARG (Alternate Reality Game) rolando no site do seriado, com direito a vídeos bizarros e enigmas.

Enquanto alguns blogs desconfiam que o vazamento precoce do piloto da série foi proposital, J. J. Abrams mostra que sua mente é complexa e maquiavélica demais para caber apenas em uma ilha.

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