Por Renan Dissenha Fagundes Trip #238
em 18 de novembro de 2014
A seguir, quatro momentos de aparente surdez dos ouvintes musicais – ou quando uma música não diz exatamente aquilo que pensamos dizer.
“(YOU GOTTA) FIGHT FOR YOUR RIGHT (TO PARTY!)”, BEASTIE BOYS
Uma das músicas mais famosas do Beastie Boys, a faixa foi escrita por Adam Yauch como uma paródia, mas acabou fazendo sucesso exatamente entre a camada de ouvintes que pretendia criticar: homens, em grande parte universitários, de copo de cerveja em punho realmente clamando com todo o ar dos pulmões por seu direito de festejar.
“BORN IN THE U.S.A.”, BRUCE SPRINGSTEEN
A força do refrão e a bandeira americana na capa do single transformaram o hit de Bruce Springsteen em um hino patriótico, coisa que nunca foi a intenção do artista. E não é preciso nem que ele afirme isso, a própria música mostra, com os quase esquecidos versos que contam cheios de amargura a história de um veterano da Guerra do Vietnã.
“SABIÁ”, CHICO BUARQUE E TOM JOBIM
Cantada por Cynara e Cibele no Festival da Canção, em 1968, a música de Chico e Tom foi premiada pelo júri mas recebida com vaia pelo público (por 22 minutos), que a considerava muito pouco política. Fosse a intenção inicial ou não, os versos ‘vou voltar/ sei que ainda vou voltar’ ganhararam um tom premonitório depois dos exílios que se seguiram nos próximos anos.
“THE ONE I LOVE”, R.E.M.
Presente em playlists de casamento e de músicas de amor, a canção confunde um pouco os fãs do R.E.M., que nos shows se beijam e se agarram e se declaram ao som dela. Tais casais não prestaram atenção na letra, sobre um fora em alguém nada especial (Michael Stipe canta que a pessoa abandonada era um simples prop, um objeto em que se apoiava)
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