Valores comuns são mais produtivos do que desejos individualizados, egoístas e sem compartilhamento, não acham?
Unir pessoas é sempre um desafio. Cada um sempre tem a sua própria bagagem, suas vontades e desejos latentes de realização na vida, alguns completos e outros para acontecer. Quando um adolescente chega aqui na Casa do Zezinho, ele ou ela carrega uma energia de urgência de tudo que ainda não fez misturada com aquilo tudo que ainda quer fazer. Parecem ligados no 220V! Acontece até mesmo o contrário: crianças que possuem toda essa capacidade engessada, inibidas por um modelo social que prendeu sua imaginação e autoestima.
Como unir todas essas potencialidades em um só lugar (sem fazer pegar fogo) e fazê-los trabalhar em conjunto? Nas palestras que realizo nas empresas, sempre tem um gerente ou empresário que gosta de dizer o quanto investe na educação de seus funcionários (que eles chamam de "colaboradores") com cursos disso ou daquilo. Empresas funcionam pelo "eu", pelo ego. É igualzinho uma criança de 3 a 7 anos. Tudo funciona pela própria realização.
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Já os adolescentes com sua natural rebeldia evolutiva preferem usar o "você": "Você não deixa eu fazer isso", e outros exemplos de confronto para transformação. Estas são as duas escalas de convivência mais comuns hoje em dia, o eu e o você. Nossa pedagogia é diferente. Na Casa do Zezinho trabalhamos o outro.
E quem é esse outro? É qualquer um que precise de você, do seu conhecimento, da sua experiência, do seu cuidado, do seu dom. Entenda que estou sendo breve porque tudo isso é explicado na Pedagogia do Arco-Íris lá no site. O outro é descoberto quando a gente sai do nosso umbigo, de só olhar para dentro feito tatu-bola. É só assim que os verdadeiros talentos podem aparecer.
É muito legal quando um adolescente descobre que ele se veste, fala e se comporta porque deseja ser amado pelo outro, por aquela galera ou por alguém que gosta. Ao mesmo tempo, ele também deseja passar a sua mensagem, a sua individualidade. Atravessando as cores do arco-íris, ele descobre que o outro é ele mesmo. O outro sou eu e você. Cada um se encontrando em suas fases e se resolvendo para trabalhar junto pelo que acredita, por um bem comum.
Todos os empresários parceiros da Casa do Zezinho descobriram essa "conta mágica". Descobriram que trabalhar junto gera produtividade, sim. Tem o verde do dinheiro, mas que é melhor representado pelo cuidado com a natureza. Tem o amarelo do ouro, mas que fica muito mais brilhante quando pensamos no sol que dá calor e sustento para vida. Ensinamos esse novo olhar para cada um que deseja fazer parte dessa grande família humana. Valores comuns são mais produtivos do que desejos individualizados, egoístas e sem compartilhamento, não acham?
Eu espero que a ficha tenha caído para você. Se caiu, passe para o outro e compartilhe.
Tia Dag foi homenageada pelo Trip Transformadores de 2007.
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