O bonde maneiro do Transformadores teve encontro notáveis e o bem comum da transformação
São 20h30 de uma noite chuvosa de terça-feira, dia 18 de novembro. Na platéia do Auditório Ibirapuera, em São Paulo, uma grande variedade de pessoas com estilos, idades, profissões, raças, condições sociais e crenças diferentes. Entre elas, um bem comum: o poder de transformação.
Os apresentadores Alice Braga e João Miguel abrem a noite de premiação da segunda edição do Prêmio Trip Transformadores e, sem rodeios, anunciam os indicados da primeira categoria: Corpo, que este ano teve o enfoque Equilíbrio. O vencedor, o Prof. Hermógenes, um dos pioneiros da Hatha Ioga por aqui, no auge da sabedoria de seus 87 anos, disse ao receber o troféu: “O estresse não é para ser combatido, é para ser entendido”. Depois dessa lição, o que viesse depois já seria lucro. E não foi pouco.
Em 2008, as 12 categorias que norteiam as edições da revista Trip ganharam novos enfoques, que pautaram a escolha dos premiados.
Ao todo eram 38 indicados distribuídos nas categorias:
- Corpo (enfoque em equilíbrio);
- Alimentação (enfoque em gestão e inteligência);
- Trabalho (enfoque em honestidade);
- Sono (enfoque em silêncio);
- Teto (enfoque em medo)
- Saber (enfoque em multiplicação);
- Liberdade (enfoque em política);
- Biosfera (enfoque em sustentabilidade);
- Conexão (enfoque em memória);
- Diversidade (enfoque em diversidade cultural);
- Acolhimento (enfoque em família);
- Desprendimento (enfoque em inovação).
Mas apenas 12 foram premiados, o que não diminui de forma alguma o trabalho dos demais. “A indicação ao Prêmio já é bacana. Já é o reconhecimento de muita gente que está fazendo um trabalho de formiguinha, em situações difíceis, mas com grandes transformações”, acredita a coreógrafa Deborah Colker, indicada à categoria Corpo.
Mais importante que o troféu, sem dúvida, é o movimento de transformação que tomou conta do auditório projetado por Oscar Niemeyer, que não foi indicado mas figuraria muito bem por ali. Monja Coen, vencedora na categoria Sono, espera que “o Prêmio sirva de incentivo para que cada um de nós reconheça que somos a transformação que queremos para o mundo. E comecemos a falar e pensar de modo que possamos ser essa transformação”.
É um Bonde Maneiro!
Mais uma vez, a noite de premiação foi marcada pelos encontros notáveis. O ator e cultivador orgânico Marcos Palmeira, vencedor da categoria Alimentação, fez questão de mostrar sua admiração e dar um abraço apertado no artista plástico Frans Krajcberg, vencedor da categoria Biosfera. “É um encontro de muita transformação. Encontrei com a Deborah Colker agora, vim com o Hermano Vianna. É um bonde maneiro!”, conta Guti Fraga, indicado à categoria Diversidade. “A grande transformação da vida é o coletivo, e isso fortalece quando a gente se encontra. Eu me fortaleço com essas parcerias.”
No elevador, a caminho da entrevista, Denis Mizne e Hermano Vianna armam uma parceria até então inédita, e endossam a importância desse encontro. “Eu conhecia muito o trabalho do Denis, nós temos amigos em comum, mas nunca tivemos a oportunidade de nos conhecer pessoalmente. Nos encontramos e já trocamos idéias. Acho isso muito bacana e acho que o prêmio pode cuidar de facilitar o que pode acontecer a partir daqui.”
Denis engrossa o coro: “Aqui tem pessoas muito diferentes, com histórias diferentes, mas com um compromisso em comum, ainda que estejam fazendo isso por estratégias diferentes, e que podem servir de inspiração para todo mundo.”
O Prêmio Trip Transformadores é a união de pessoas que desenvolvem um trabalho totalmente distinto, mas de alta octanagem transformadora, e que dificilmente têm oportunidade de trocar experiências.
“Me sinto encantada em conhecer pessoas tão criativas aqui. Eu acho que esse tipo de iniciativa tem o poder de inspirar outras pessoas, criar uma nova linguagem na sociedade”, explica Karen Worcman, indicada à categoria Conexão. Prova da sinergia entre todos os indicados e premiados é a opinião de dois jovens transformadores que merecem destaque.
Denis acredita que “o fato de o prêmio mostrar muita gente diferente, faz com que as pessoas que estão sabendo do Trip Transformadores comecem a pensar que podem fazer alguma coisa. Acho que a Trip está dando um cardápio de possibilidades para as pessoas, e aqui o que temos em comum é que somos todos apaixonados pelo que fazemos”.
Já Myrna Domit, vencedora da categoria Trabalho, pensa que nós “precisamos de mais conscientização, para só assim podermos transformar o Brasil. Acho que o prêmio mostra para as pessoas que as mudanças são possíveis. Se você tem um sonho, corra atrás”.
Se começamos com o Prof. Hermógenes, é justo terminarmos com outro grande sábio, Frans Krajcberg: “Eu gostaria de dizer que precisamos salvar o planeta. A temperatura está aumentando, e precisamos de uma vez por todas acordar.”
Ruth Cardoso, antropóloga e indicada hors-concours à categoria Saber, teria ficado orgulhosa em ter participado de corpo presente dessa noite de transformação.