Lenda do surf nacional fala sobre a evolução do esporte no século XXI
Rico de Souza é um dos pioneiros do surf brasileiro e sua trajetória se confunde com a história do esporte no Brasil. Considerado por muita gente boa como embaixador do surf nacional, ele foi um dos principais responsáveis por retirar a prática da marginalidade e formar um mercado reconhecido e respeitado em volta do esporte.
Criador da primeira escolinha de surf e do primeiro boletim de ondas do pais, ele foi tricampeão de surf na década de 70, tricampeão de longboard na década de 80 e por duas vezes vice-campeão mundial de long. Seu nome já figurou também no Guinnes Book, primeiro por reunir o maior número de surfistas em uma mesma onda e depois por surfar com a maior prancha já fabricada.
Ele teve sua história imortalizada em filme: o Surfar é Coisa de Rico, documentário produzido pela Sentimental e Tal, dirigido por Guga Sander e que tem estreia prevista para o fim deste ano. Na entrevista, Rico fala sobre o filme, os primórdios do surf no Brasil e a longa e sobre sua habilidade de ser o cara que é respeitado em qualquer local que vai.
"Hoje rola uma admiração maior pelas pessoas que fazem algo pelo surf. Até o Fast Eddie, dos Black Trunks, virou meu amigo. Até morei na casa dele um tempo [risos]"
"A gente vai ficando mais velho e vai ficando mais inteligente", ele brinca, explicando como consegue um bom relacionamento em qualquer lugar do mundo, seja no Brasil ou entre os nem sempre receptivos surfistas locais havaianos. "Nunca gostei de confusão. Mas eu gosto de ter uma vida light e me dar bem com todo mundo. Toda a galera do surf está mais madura hoje em dia também.Então aquelas briguinhas de antigamente já foram colocadas para trás. Hoje rola uma admiração maior pelas pessoas que fazem algo pelo surf. Até o Fast Eddie, dos Black Trunks, virou meu amigo. Até morei na casa dele um tempo [risos]".
Na conversa, Rico se emocionou ao falar do Havaí. O brasileiro foi um dos primeiros surfistas sulamericanos a aportar no arquipélago ainda na década de 70 e é um dos maiores responsáveis pela boa recepção de surfistas tupiniquins em Oahu e imediações.
"O Havaí é o melhor lugar de surf do mundo por várias razões. Lá tem onda grande, marolas maravilhosas, esquerdas, direitas, ondas médias, onda cheia, onda tubo, onda crowd... Então quando eu fui pra lá em 1972 eu fiz amizade com a galera local. Na época ninguém conhecia o Brasil, entãoi rolava muita curiosidade dos locais. Sempre fui muito bem recebido lá e aprendi desde cedo a respeitar a cultura local. "
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