Ser mãe é quando as suas escolhas passam a influenciar também a vida de outros
Uma das coisas engraçadas de ser mãe é perceber que suas escolhas agora não dizem respeito apenas a você.
Sabe aquela sensação de livre-arbítrio que a gente tem na juventude, quando parece que todos os caminhos estão abertos à nossa frente e que, com uma mochila nas costas e um pouco de coragem, temos mil horizontes para trilhar?
Bom, depois que os filhos nascem, os horizontes até continuam lá. Mas a responsabilidade de optar por um deles e arcar com as consequências dessa opção é multiplicada por dois (ou três, ou seja lá quantas pessoas compõem o seu núcleo familiar mais próximo).
Assim, decidir entre passar um ano viajando pelo Tibete, aceitar uma oferta de emprego em outro Estado, investir no velho sonho de montar uma pousada na praia, largar tudo pra virar DJ em Ibiza e até tirar um ano sabático só pra pensar nisso não é mais uma tarefa que envolve apenas você e o seu travesseiro. Para qualquer uma das opções, é preciso saber como nela se encaixa (ou não) o restante da família e até que ponto eles estão dispostos a seguir seus passos. Você pode até chegar à conclusão de que, de uma forma ou de outra, as crianças se adaptam às mudanças, as coisas se ajeitam, todo mundo sobrevive no fim. Mas, que é mais difícil se mover em grupo, isso é.
Por outro lado, o grande barato de escolher montar uma família talvez seja exatamente este: abrir mão de certa liberdade de movimento, pelo prazer e pela delícia de não estar mais caminhando sozinho.