Rodrigo
Pipponzi

À frente da maior editora
de impacto social do mundo,
o empreendedor social homenageado
pelo Trip Transformadores 20/21
revolucionou o mercado e gerou
mais de R$ 36 milhões para
instituições em todo o Brasil

Por: Bruna Bopp
Imagens: arquivo pessoal/ divulgação

“A verdadeira transformação
acontece quando conseguimos
entender nossos privilégios
e colocá-los a serviço do
outro.” É justamente essa
ideia que tem guiado os
passos de Rodrigo Pipponzi

O paulistano cresceu vendo
o pai, empresário, transformar
a empresa farmacêutica da
família em uma das maiores redes
de varejo do país, a Droga Raia,
hoje associada à Drogasil

Quando escolheu cursar
administração de empresas
na FGV, parecia claro que ele
seguiria o caminho do pai,
Antonio Carlos. Mas trabalhar
nos negócios da família nunca
fez parte dos planos de Rodrigo

Prestes a se formar, ele tomou
duas decisões: abrir o seu próprio
negócio, um estúdio de design com
um amigo, e começar a segunda
faculdade, desta vez em jornalismo

Ali foi a origem do que mais
tarde se tornaria uma das suas
vocações: a comunicação

“Em dois anos, o estúdio
se tornou um dos maiores fornecedores de design e
ilustração da Editora Abril.
E foi lá que conheci a
Roberta Faria, minha sócia.
Foi amor corporativo à
primeira vista”, brinca

Foi Roberta quem deu a ideia deles
entrarem no mercado editorial
oferecendo não só arte, mas conteúdo
também. E os dois começaram a fazer
então a comunicação corporativa
de várias empresas

“Em 2007, fazíamos um trabalho
de comunicação voluntário
para o GRAAC. E eu via que
o desafio de captação de
recursos da instituição era
gigante. E me perguntei: ‘Como
podemos contribuir mais?’”

Foi a partir daí que surgiu
a ideia de produzir uma revista
cujo lucro seria revertido para
uma causa. Mas, mais que isso,
foi nesse momento que um novo
modelo de negócio passou
a ser elaborado

“Desenhamos um projeto de uma
revista com preço de capa
barato, bancada com patrocínio,
para ser vendida na boca do
caixa da Droga Raia. Eles não
precisavam investir, mas
também não lucrariam nada”

A primeira edição da revista Sorria
chegou em março de 2008. Os 120 mil
exemplares esgotaram em três semanas
e foram revertidos em R$ 270 mil
para o GRAAC. Um ano depois,
o valor chegou a R$ 1,6 milhão

“Em 2013, o GRAAC construiu
um hospital com 70% da obra
civil custeado pela Sorria.
A gente levantou um hospital
vendendo revista!”,
comemora Rodrigo

Crédito: Graac/ reprodução

Numa época em que quase ninguém
falava em negócios de impacto,
Rodrigo e Roberta entenderam
que era esse o propósito da
editora MOL e focaram
nesse modelo 

A lógica sempre foi fazer um produto
de qualidade vendido a baixo custo
e usando o poder de mobilização
das grandes redes varejistas
para conseguir chegar em milhões
de possíveis doadores

Em 13 anos, eles criaram
produtos sociais, entre eles
jogos, livros, calendários,
para 12 empresas de varejo
e arrecadaram R$ 36 milhões para mais de 100 organizações no país

“Somos a maior editora de
impacto social no mundo,
porque ninguém faz o que a MOL
faz no mercado de comunicação.
Reinventamos o negócio e
criamos uma plataforma de micro doações muito poderosa”

Em 2018, a MOL ganhou o prêmio
Empreendedor Social da Folha de
S.Paulo e, em 2019, foi reconhecida
internacionalmente pela Fundação
Schwab, que homenageia iniciativas
sociais pelo mundo

“Até pouco tempo atrás,
a gente batia na porta das
empresas e parecia que
estávamos falando Mandarim.
Durante a pandemia houve uma
mudança e muitas dessas marcas
passaram a nos procurar”

Também por causa da pandemia,
Rodrigo passou a trabalhar de
casa. Não demorou muito para
despertar a curiosidade do
filho Antonio, que aos 5 anos
quis saber que o pai fazia

“E eu respondi exatamente que
a gente faz: ‘Meu trabalho é
ajudar as pessoas, filho’”

Gente que acredita
que só vai ficar bom de
verdade quando estiver
bom para todo mundo